Após telefonema com Macron, Putin aceita inspeção internacional à central de Zaporíjia

Vladimir Putin terá concordado com uma inspeção da Agência Internacional de Energia Atómica à central nuclear de Zaporíjia, atualmente ocupada por militares russos, na cidade de Enerhodar – território nas mãos dos ucranianos.

A perspetiva de acordo acontece numa altura em que António Guterres, secretário-geral da ONU, está de visita à Ucrânia, onde se reuniu com Volodymyr Zelenskyy e Recep Erdogan, presidente turco. Coincide igualmente com um momento em que as forças ucranianas têm vindo a realizar sucessivos ataques a alvos militares russos, o que está a resultar numa “total falta de progresso russo no campo de batalha”, apontou o Pentágono.

A notícia da inspeção surgiu após uma chamada telefónica entre o presidente russo e Emmanuel Macron, o primeiro em quase três meses depois de estes se sucederem na fase inicial da guerra. Tal como lembra o Diário de Notícias, a situação na central nuclear tem vindo a agravar-se nas últimas semanas depois de as tropas russas serem alvo de sabotagem, mas também a deslocarem material militar para o interior das instalações.

Esta opção tem motivado acusações de Kiev, que acusa Moscovo de usar a central para atingir alvos vizinhos, ao passo que os russos respondem, dizendo que os ucranianos estão a disparar sobre o complexo, colocando em causa a sua segurança. À luz da visita anunciada de António Guterres, temeu-se que as escalões escalassem e um ataque de larga escala acontecesse, dando continuidade à postura provocatória que as forças russas já adotaram no passado aquando de visitas do próprio secretário-geral da ONU.

A propósito da visita, o português defendeu que a produção da central não deveria ser desviada. “Naturalmente, a eletricidade de Zaporíjia é eletricidade ucraniana e é necessária especialmente para os cidadãos durante o inverno. Este princípio deve ser plenamente respeitado”, disse, citado pelo DN. Representantes da Energoatom, a empresa que opera a central, alertaram para a possibilidade de Moscovo desligar a central.

As forças ucranianas prosseguem com os bombardeamentos na Crimeia, dando continuidade ao processo de “desmilitarização” da península. É ainda expectável que nos próximos dias recebam o equivalente a 775 milhões de dólares em equipamento militar e munições, concedidos pelos Estados Unidos da América. A CNN avança que o exército russo atravessa uma “escassez cada vez mais aguda de recursos, inclusive de munições básicas“.

ZAP //

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