As nossas casas, repletas de aparelhos eletrónicos que emitem sons de que nem nos apercebemos, podem ser uma fonte de stress para os nossos animais de estimação.
Embora os ruídos altos óbvios, como sirenes e fogos de artifício, possam agitar os animais de estimação, os sons mais subtis, impercetíveis aos ouvidos humanos, também podem afetá-los. Os veterinários aconselham os donos a compreender as capacidades auditivas do seu animal e a prestar atenção aos sinais comportamentais.
Katherine Houpt, professora de medicina comportamental na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Cornell, conta um caso em que o cão de um casal começou a andar de um lado para o outro, o que levou a uma dispendiosa visita às urgências.
O problema? O casal, com dificuldades auditivas, não conseguia detetar o barulho do alarme de fumo com a pilha fraca. Os animais de estimação também podem reagir a bips e zumbidos.
Embora não existam casos relatados de animais que reajam mal a sons agudos de eletrodomésticos, os animais de estimação, especialmente os cães e gatos, têm uma audição muito sensível. Os gatos podem ouvir frequências até 64.000 Hertz e os cães até 45.000 Hz, em comparação com os humanos que têm um limite de 20.000 Hz.
Um estudo realizado em 2015 no Reino Unido revelou que certos sons, como o toque de um telefone ou o bater num vidro, desencadeavam convulsões em gatos com uma doença chamada convulsões audiogénicas reflexas felinas.
Uma investigação de 2005 também sugeriu que os sons ambientes, mesmo os que se encontram abaixo do alcance da audição humana, podem perturbar os ciclos endócrinos e de sono dos animais.
Os veterinários sublinham a importância de observar o comportamento do seu animal de estimação em relação a gadgets e dispositivos eletrónicos. Alterações no comportamento, ritmo ou sinais de angústia podem indicar sensibilidade a determinados sons. Embora possa ser difícil proteger os animais de estimação de todos os potenciais fatores de stress, estar atento ao ambiente e introduzir novos elementos gradualmente pode ajudar a aclimatá-los.
“As pessoas devem ter em mente que quando acrescentam algo à sua casa – seja outro cão, um aparelho eletrónico ou uma criança – devem pensar no efeito que isso terá no cão, para que possam estar preparadas para o caso de o cão reagir mal”, disse Houpt, citado pela Inverse.