Agora, António Costa só ouve – mas comenta. E tem dois sucessores

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Olivier Matthys/EPA

António Costa no seu último Conselho Europeu

Antigo primeiro-ministro desejou felicidades a Maria Luís Albuquerque e deixou um “recado” sobre o Orçamento e Pedro Nuno Santos.

O antigo primeiro-ministro António Costa desejou neste sábado felicidades a Maria Luís Albuquerque como comissária europeia, mas escusou-se a comentar as críticas ao Governo de ausência de diálogo nesta escolha porque agora sobre política nacional só ouve.

“Tenho ouvido essas críticas, mas sobre a política nacional eu agora só ouço”, disse.

António Costa regressou a uma iniciativa do PS e participa no jantar da Academia Socialista, que decorre em Tomar, Santarém, tendo sido recebido à chegada pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que também se juntou a este evento hoje pela primeira vez, na véspera da `rentrée´ do partido.

“É uma escolha do Governo. Só tenho a desejar-lhe as maiores felicidades”, respondeu aos jornalistas quando questionado sobre a escolha do Governo do PSD/CDS-PP de Maria Luís Albuquerque como comissária europeia.

Sobre as críticas da oposição, incluindo do PS, dessa escolha do executivo ter sido feita sem diálogo com os outros partidos, o presidente eleito do Conselho Europeu escusou-se a fazer qualquer comentário.

Questionado sobre se tinha algum conselho a dar a Pedro Nuno Santos sobre o processo do Orçamento do Estado para 2025, António Costa disse apenas: “o secretário-geral lidera o meu partido e eu sigo o meu líder” – e seguiu para o local do jantar, virando costas aos jornalistas.

A culpa no Orçamento

Já lá dentro, comentou política nacional: defendeu que um insucesso nas negociações do Orçamento do Estado não será culpa de Pedro Nuno Santos, argumentando que o líder do PS já deu muitas provas de saber negociar orçamentos.

Durante a fase de perguntas durante o jantar da Academia Socialista, Costa foi questionado por um dos jovens que participa neste evento de formação política sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e o sentido de voto que o PS deverá adotar.

“Sobre o Orçamento do Estado creio mesmo que posso dizer o seguinte: acho que poucas pessoas têm tanta experiência como Pedro Nuno Santos a negociar orçamentos com sucesso“, começou por enfatizar, numa curta resposta.

Para o ex-líder do PS, “se não houver sucesso numa negociação do orçamento seguramente não será por culpa de quem já deu tantas provas de saber negociar orçamentos”.

Costa tinha começado por referir que tinha a felicidade de ter dois sucessores, um que governa enquanto primeiro-ministro e outro que lidera a oposição como secretário-geral do PS.

“O que governa contribui para as prioridades, o que lidera a oposição contribui para as prioridades”, disse.

Ausência vs. pertença

O anterior líder dos socialistas disse também que, com a presidência do Conselho Europeu, estará menos presente na atividade do PS, mas garantiu que esta “maior ausência não significa menor pertença” ao seu partido.

Com o seu sucessor na liderança do PS, Pedro Nuno Santos, na plateia, António Costa focou o seu discurso nas questões europeias e nos desafios deste continente, em vésperas de presidir ao Conselho Europeu.

O ex-líder do PS antecipou que nos próximos anos estará “menos presente na atividade do dia-a-dia do PS” do que esteve nas últimas décadas.

“Essa minha maior ausência não significa menor pertença ao meu partido, que é o PS e que continuará sempre a ser o PS. Pode ser que me vejam menos, mas eu estou cá”, disse na reta final do seu discurso.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. O Diabo que o leve mais a cachorradas que Tomou Conta de Portugal.
    Mandem a Rele toda pra Euroap, também a Maria dos Swapps Lesa Portugueses. Só falta irem o PPC e o Senil do Retornado de Belem

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