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Novo antidepressivo pode ser a “descoberta do século”

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Há um novo medicamento para a depressão, inspirado pela forma com a ketamina atua no corpo humano, que está a ser descrito por vários médicos como a “descoberta do século”.

Esta terça-feira, um painel de especialistas da Agência para a Segurança dos Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos votou 14-2 a favor da eficácia do medicamento e 15-2 a favor da sua segurança. Além disso, votaram 14-2 o aspeto em que os benefícios do medicamento superavam os riscos.

Este medicamento está a ser desenvolvido pela Johnson & Johnson, e é administrado como um spray nasal, de acordo com o Expresso. Foi concebido para tratar formas graves de depressão, que não respondam a outros tratamentos.

Quer se trate de Abilify ou Zoloft, dois antidepressivos comuns, quase todos os antidepressivos funcionam “ligando-se” aos lugares onde o cérebro humano produz serotonina, um mensageiro químico que desempenha um papel fundamental na harmonia mental e no humor.

“Acho que há provas bastante robustas que mostram que este medicamento pode mudar tudo”, disse Steven Meisel, médico e um dos 17 membros votantes do painel, citado pela Business Insider.

A ketamina, uma droga que em Portugal é associada mais à sua utilização recreativa do que aos seus efeitos terapêuticos, e que costuma provocar em quem a consome não só a quase impossibilidade de movimentos como alguns episódios de alucinação, não interage com o cérebro humano da mesma forma que o fazem os medicamentos tradicionalmente utilizados para o tratamento da depressão.

Dado que atua de forma muito mais rápida pode ser útil para os casos mais extremos, aqueles em que, por exemplo, os pacientes começam a desenvolver pensamentos suicidas.

Mas, de momento, a ketamina não é barata nem rápida de administrar. O processo pode levar entre 45 minutos a duas horas. Cada sessão custa entre 441 euros a 662 euros e o seguro não cobre os custos, uma vez que, nos EUA, é apenas usada como anestésico. As pessoas que tomam ketamina para a depressão geralmente são aconselhadas a fazer de oito a 12 sessões, elevando o custo total para até 7900 euros.

A ketamina e a esketamina também têm alguns efeitos colaterais negativos. O mais problemático é a tendência para produzir experiências dissociativas – ou “fora do corpo”.

Se o medicamento for aprovado, seria o primeiro medicamento de depressão aprovado pelo governo federal em quase quatro décadas a funcionar de maneira diferente do que os medicamentos para depressão no mercado.

Este é um marco significativo. A depressão é a principal causa mundial de problemas de saúde e incapacidade, e até um em cada três pacientes não têm alívio ao usar antidepressivos existentes.

ZAP //

1 Comment

  1. Só não percebi uma coisa. Então numa das votações ficou 14-2 e na outra 15-2?! Houve abstenções? Ou houve alguém que se ausentou para ir fazer as necessidades e não esteve numa das votações?

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