Investigadores dizem ter encontrado evidências de que os nossos antepassados continuavam a subir às árvores, mesmo quando já conseguiam andar sobre as duas pernas.
De acordo com o jornal ABC, os investigadores da Universidade de Kent, no Reino Unido, analisaram dois ossos das pernas encontrados, há cerca de 60 anos, na caverna Sterkfontein, na África do Sul, que se estima terem entre um e três milhões de anos.
Nos dois casos, a parte externa dos fósseis mostrou uma articulação mais parecida com a humana do que a símia, o que sugere que estes hominídeos antigos, efetivamente, andavam sobre as duas pernas.
Mas, ao analisar o interior da cabeça do fémur, a equipa percebeu que as articulações da anca eram mais parecidas com as dos primatas que sobem às árvores.
O consenso geral é que foi há aproximadamente dois milhões de anos que os nossos ancestrais, tanto o Paranthropus robustus como os primeiros Homo, começaram a andar no solo de forma regular, passando a subir às árvores esporadicamente.
“Mas as evidências têm sido escassas, controversas e não aceites de forma ampla. Os nossos resultados dão evidências diretas de que os membros de uma dessas espécies adotaram regularmente articulações de anca altamente flexíveis, uma postura que noutros símios não humanos está associada à subida às árvores”, afirmam os autores do estudo publicado, esta segunda-feira, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Ou seja, escreve o jornal espanhol, estes hominídeos andaram tanto no chão como em cima das árvores.
“É emocionante poder reconstruir o comportamento real destas pessoas que viveram há milhões de anos e, de todas as vezes que exploramos um novo fóssil, é uma oportunidade de aprender algo novo sobre a nossa história evolutiva”, diz Leoni Georgiou, uma das autoras do estudo.