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Vários animais marinhos nadam misteriosamente em círculos

Cientistas perceberam que, por razões que ainda não conseguiram entender muito bem, vários animais marinhos partilham um comportamento muito comum: nadar em círculos. 

“Descobrimos que uma grande variedade da megafauna marinha exibe um comportamento circular semelhante, no qual os animais circulam consecutivamente a uma velocidade relativamente constante mais do que duas vezes”, disse Tomoko Narazaki, biólogo marinho da Universidade de Tóquio e autor principal do estudo, citado pelo site Science Alert.

Os investigadores notaram este misterioso comportamento pela primeira vez em tartarugas-verdes. Mas depois perceberam que não estavam sozinhas: baleias, tubarões e pinguins também mostraram mais ou menos os mesmos movimentos circulares.

Para chegar a estas conclusões, a equipa controlou os movimentos de 19 animais, incluindo espécimes do tubarão-tigre, do pinguim-rei, do lobo-marinho-antártico, da baleia-bicuda-de-cuvier e do tubarão-baleia.

Mas porque é que estes animais fazem isto? Apesar de à primeira vista podermos pensar que nadar em linha reta seria o mais eficiente (e é, quando se trata de poupar energia), a verdade é que num imenso oceano isso pode significar perder a próxima refeição.

Segundo o mesmo site, alguns destes movimentos circulares foram registados em zonas onde os animais normalmente procuram por alimento. Por exemplo, quatro tubarões-tigre na costa do Havai nadaram em círculos até 30 vezes e desceram cerca de 130 metros até aos seus locais de alimentação.

No entanto, os lobos-marinhos-antárticos nadaram em círculos sobretudo durante o dia, embora se alimentassem mais à noite; enquanto um grupo de pinguins-rei o fazia principalmente na superfície, entre mergulhos profundos para recolher comida.

Ou seja, este comportamento pode ter mais do que um motivo, para além da comida. Os rituais de acasalamento podem ser outra explicação, tendo em conta que um tubarão-tigre macho foi visto a tentar cortejar uma fêmea ao nadar em círculos à sua volta.

Porém, para Narazaki, cujo estudo foi publicado a 18 de março na revista científica iScience, a descoberta mais surpreendente foi ver algumas tartarugas a nadar em círculos enquanto se aproximavam das praias onde iam desovar.

Uma das tartaruga rastreadas pelos investigadores, por exemplo, circulou 76 vezes num único dia e 37 vezes no seguinte, selecionando a direção correta para nadar depois de uma intensa deliberação.

Este comportamento fez a equipa pensar que também pode desempenhar algum tipo de papel na navegação destes animais. O seu palpite é que as tartarugas em migração podem nadar em círculos para detetar gradientes nos campos magnéticos da Terra, que usam para navegar pelos oceanos e encontrar o caminho até casa.

Conclusão: provavelmente não há apenas uma resposta para este mistério aquático. Nas próximas pesquisas, os cientistas querem examinar os movimentos dos animais em relação ao seu estado interno e às condições ambientais para tentar obter mais respostas.

ZAP //

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