Através de cromodinâmica quântica em rede, cientistas descobriram forças equivalentes ao peso de 10 elefantes espremidos num espaço mais pequeno que um núcleo atómico.
“Utilizámos uma poderosa técnica computacional chamada cromodinâmica quântica em rede para mapear as forças que atuam no interior de um protão“, começa por explicar Ross Young, um dos autores do estudo publicado em fevereiro na Physical Review Letters.
“Esta abordagem divide o espaço e o tempo numa grelha fina, permitindo-nos simular a forma como a força forte — a interação fundamental que une os quarks em protões e neutrões — varia em diferentes regiões do protão”, explica à SciTechDaily, que aponta este estudo como provavelmente o mais pequeno mapa de forças alguma vez feito.
O objetivo é aprofundar a compreensão das forças fundamentais que moldam o mundo natural.
“As nossas descobertas revelam que, mesmo a estas escalas minúsculas, as forças envolvidas são imensas, atingindo até meio milhão de Newtons, o equivalente a cerca de 10 elefantes, comprimidos num espaço muito mais pequeno do que um núcleo atómico”, conta ainda o investigador.
“Estes mapas de forças fornecem uma nova forma de compreender a intrincada dinâmica interna do protão, ajudando a explicar porque se comporta como se comporta em colisões de alta energia, como as do Grande Colisor de Hádrons, e em experiências que investigam a estrutura fundamental da matéria”.
Comenta ainda que, “ao tornar visíveis, pela primeira vez, as forças invisíveis no interior do protão, este estudo preenche a lacuna entre a teoria e a experiência — tal como as gerações anteriores descobriram os segredos da luz para transformar o mundo moderno”.