Tal como os astronautas na Estação Espacial Internacional e os Fremen da saga Dune, 1200 estudantes de uma escola em Marrocos estão a beber urina e águas residuais recicladas.
Em luta contra a falta de recursos de água potável, a escola em Sidi Taïbi tornou-se o primeiro estabelecimento público a usar a tecnologia desenvolvida pela Agência Espacial Europeia, em cooperação com a UNESCO e a Universidade de Kenitra.
O sistema baseia-se num conjunto de membranas orgânicas e cerâmicas com furos de apenas um décimo de milésimo de um milímetro de diâmetro, ou seja, 700 vezes mais finos que um fio de cabelo humano. Estes minúsculos poros têm a capacidade de filtrar compostos indesejáveis na água, explica a ESA.
Ao longo dos anos, as águas subterrâneas de Sidi Taïbi, uma pequena cidade a cerca de meia hora de carro da capital de Marrocos, Rabat, tornaram-se contaminadas, principalmente com nitratos e fertilizantes, que a tornam imprópria para consumo. Esta solução, que resulta da investigação em curso sobre sistemas de suporte de vida, levada a cabo pela ESA nos últimos 20 anos, foi por isso pensada e operacionalizada.
Com o intuito de ser completamente auto-sustentável, a unidade foi equipada com painéis solares e uma turbina de vento para fornecer energia.
Se a abordagem funcionar bem nesta escola, a unidade irá ser redimensionada de forma a fornecer água potável para a restante comunidade local.
CG/ZAP