Há pelo menos 5 mil alojamentos locais fantasma em Lisboa e no Porto. Estes imóveis estão inativos, não estando a prestar qualquer tipo de serviço.
Em Portugal, há mais de 100 mil registos de alojamentos locais (AL), um valor de quase um alojamento local por cada 100 portugueses. No entanto, só em Lisboa e no Porto, há pelo menos 5 mil alojamentos locais “fantasma”.
Embora tenham licença, estes imóveis estão inativos, explica o Jornal de Negócios. Na capital portuguesa contam-se mais de 3.500 alojamentos locais inativos, enquanto na Invicta são quase 2 mil que não são explorados para fins turísticos.
A Câmara Municipal do Porto, que forneceu os dados ao jornal, sublinha que “quase 2 em cada 10 alojamentos existentes não estariam a prestar o serviço para o qual têm o registo de AL”.
Eduardo Miranda, da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), não se mostra surpreendido e explica que a grande quantidade de imóveis fantasma deve-se à corrida a novas licenças que houve após ser anunciada a sua suspensão temporária.
O objetivo da suspensão era equilibrar os rácios entre estabelecimentos de alojamento local e imóveis para habitação. Como no resto do país não houve estas restrições, o número de alojamento locais fantasma deve ser insignificante, esclarece o presidente da ALEP.
Eduardo Miranda diz que cerca de 70% dos AL “estão localizados em prédios” e que não vê “nenhum problema em que passem para a modalidade de arrendamento”. Caso os proprietários decidam colocar o imóvel para arrendamento, perdem a licença.
Por fim, Eduardo Miranda, que também é líder da European Holiday Home Association, associação europeia que representa o setor, destaca a importância do AL para o turismo. Esta modalidade representa 51% das dormidas em Lisboa e mais de 60% no Porto.
Imóveis construídos para habitação não podem ser colocados para alojamento local, turístico, temporário, ou de curta duração, é proibido por Lei.