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Alguns humanos modernos carregam ADN de um ancestral arcaico e desconhecido

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Uma nova análise genética sugere que diferentes ramos da árvore genealógica humana se cruzaram várias vezes durante a história e que alguns humanos modernos carregam ADN de um ancestral arcaico e desconhecido.

A investigação foi levada a cabo por cientistas da Universidade de Cornell e do Laboratório Cold Spring Harbor, ambas instituições localizados nos Estados Unidos, tendo os resultados sido esta semana publicado na revista científica PLOS Genetics.

Os cientistas explicam que foi há cerca de 50.000 anos que um grupo de humanos migrou de África e se cruzou com os neandertais da Eurásia – mas esta não foi a única vez que os nosso ancestrais e os seus “parentes” trocaram material genético.

O sequenciamento de genomas neandertais e de um grupo ancestral menos conhecido, os denisovanos, tem gerado muita informação sobre os cruzamentos entre estes ancestrais, bem como sobre o movimento de antigas populações humanas.

Na nova investigação, escreve esta semana a agência espanhola Europa Press, os cientistas recorreram a um algoritmo para analisar o genoma de dois neandertais, um denisovano e de dois humanos africanos.

Os resultados sugerem que 3% do genona neandertal é oriundo de humanos antigos, estimando que os cruzamentos ocorreram entre 200.000 a 300.000 anos.

Os cientistas encontraram ainda evidências de que 1% do genoma dos denisovanos veio de um “parente” desconhecido e mais distante, talvez o Homo erectus, e cerca de 15% destas regiões “super-arcaicas” podem ter sido transmitidas aos humanos modernos.

O novo estudo está em linhas com outras investigações recentes que dão conta de um fluxo genético entre humanos antigos e os seus “primos”, evidenciando novos casos de cruzamento. Tendo em conta o número destes eventos, os cientistas afirmam que a troca genética era provável quando dois grupos distintos se sobrepunham no espaço e no tempo.

“O que acho empolgante neste trabalho é que demonstra o que pode ser aprendido sobre a história humana profunda reconstruindo em conjunto toda a história evolutiva de uma coleção de sequência de humanos modernos e hominídeos arcaicos“, disse o principal autor do estudo, Adam Siepel, do Laboratório Cold Spring Harbor.

“O novo algoritmo desenvolvido pela Melissa [Hubisz, cientista da Universidade de Cornell e co-autora do estudo], o ARGweaver-D, pode ir mais atrás no tempo do que qualquer outro método computacional. Parece ser especialmente poderoso a detetar introgressões antigas”, rematou o mesmo especialista.

ZAP //

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