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Algo de estranho se passa com a Estrela Polar (e os cientistas não sabem porquê)

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Há séculos que as pessoas observam a Estrela Polar. Porém, quanto mais estudam Astronomia, menos os astrofísicos parecem entender esta famosa estrela.

A estrela brilhante, também conhecida como Polaris, está quase diretamente por cima do Pólo Norte da Terra e serve como um marco no céu para viajantes sem bússola. É também a cefeida mais próxima da Terra, um tipo de estrela que pulsa regularmente em diâmetro e brilho. Polaris faz parte de um sistema binário: tem uma irmã mais fraca, conhecida como Polaris B.

O problema com a Estrela Polar é que ninguém consegue concordar sobre o seu tamanho nem a sua distância. “À medida que aprendemos mais, está a ficar claro que entendemos menos” sobre a Estrela Polar, escreveram os autores de um novo artigo.

Os astrofísicos têm várias formas de calcular a massa, idade e distância de uma estrela. Um deles é um modelo de evolução estelar: os investigadores estudam o brilho, a cor e a taxa de pulsação da estrela e usam esses dados para descobrir quão grande e brilhante é e em que estágio da vida se encontra. Depois, com matemática, é simples saber a sua distância à Terra.

Estes modelos são especialmente precisos para as cefeidas, porque a sua taxa de pulsação está diretamente relacionada com a sua luminosidade ou brilho. Isso facilita o cálculo da distância para qualquer uma dessas estrelas. Os astrónomos têm tanta certeza de que entendem essa relação que as cefeidas se tornaram ferramentas críticas para medir distâncias em todo o Universo. Mas existem outras formas de estudar Polaris – e esses métodos não concordam com os modelos de evolução estelar.

“Polaris é o que chamamos de binário astrométrico, o que significa que se pode realmente ver a sua companheira a circular em volta dela, como um círculo a ser atraído por Polaris. E isso demora cerca de 26 anos”, disse Hilding R. Neilson, astrofísico da Universidade de Toronto, em declarações ao LiveScience.

Os investigadores ainda não fizeram observações detalhadas da Polaris B., mas viram o suficiente da estrela companheira nos últimos anos para ter uma imagem bastante detalhada de como é a sua órbita. Com essas informações, podem aplicar as leis da gravidade de Newton para medir as massas das duas estrelas.

Essas informações, combinadas com as novas medições do Telescópio Espacial Hubble, levam a números muito precisos na massa e distância do Polaris. Essas medidas dizem que é cerca de 3,45 vezes a massa do Sol – o que é muito menos do que a massa obtida nos modelos de evolução estelar, que sugerem um valor de 7 vezes a massa do Sol.

Além disso, os cálculos da idade do Polaris B sugerem que a estrela é muito mais velha do que a sua irmã maior, o que é incomum para um sistema binário. Normalmente, as duas estrelas têm aproximadamente a mesma idade.

Neilson gerou um enorme conjunto de modelos do Polaris para verificar se esses modelos poderiam conciliar todos os dados conhecidos sobre o sistema. Conclusão: não era possível.

Segundo o investigador, Polaris é uma estrela especialmente difícil de estudar. Localizada acima do Polo Norte da Terra, fica fora do campo de visão da maioria dos telescópios. Além disso, os telescópios que possuem o equipamento necessário para medir com precisão as propriedades da estrela são projetados para estudar estrelas muito mais fracas e distantes. Polaris é demasiado brilhante, sendo mesmo ofuscante.

Estas descobertas levaram Neilson a outra explicação mais estranha: talvez a Estrela Polar já tenha sido duas estrelas que chocaram há vários milhões de anos. A colisão binária pode rejuvenescer estrelas, puxando material extra e fazendo com que as estrelas pareçam “simplesmente atravessar a fonte da juventude”.

Estrelas que resultam de colisões binárias não se encaixam perfeitamente nos modelos de evolução estelar – e esse evento pode explicar a discrepância encontrada com Polaris. “Este seria um cenário improvável, mas não impossível”, escreveu.

Até agora, nenhuma das soluções é totalmente satisfatória.

ZAP //

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44 Comments

    • Também é possível que as duas estrelas tenham se formado independentemente em épocas e locais diferentes e em seus deslocamentos naturais pelo espaço, tenham se atraído pela gravidade, com a estrela menor sendo capturada pela maior. Isso explicaria também a órbita mais ampla.

      • Era uma boa teoria mas seria impossível porque a estrela Polaris nunca teve vestígios de estragos de uma fusão de estrelas, porque imagine com uma explosão tão grande poderia ter criado um braço negro como aconteceu em Cignus. Mas na ciência nunca é impossível

        Tiago Figueiredo-10 anos-Braga

  1. como é possível alguém calcular a distância entre a Terra e a Estrela? alguém já foi até uma estrela ? todas as opiniões sobre a distância na minha opinião estão erradas!

    • Seria o mesmo que perguntar: “Como mediram o diâmetro da Terra? Alguém percorreu todo o caminho com uma fita métrica gigante para medir?”
      Sua dúvida só existe porque você desconhece os níveis mais avançados da matemática e da astrofísica. É perfeitamente razoável para um leigo, porém existem vários documentários incríveis que explicam de forma simplificada: O COSMO, por exemplo, está disponível na Netflix.
      Carl Sagan foi um dos grandes responsáveis pela democratização da astrofísica. Felizmente agora temos Neil deGrasse Tyson para dar continuidade a essa trabalho.

    • Eu não sei como os cientista faz o cálculo,das distâncias entre a terra e as estrelas.
      Nem a massa ,ou a temperatura e brilho.são cálculos astronômico .
      Acredito neles , porq eles tem equipamento de longo alcance bilhões de anos luz .acredito neles porq estudaram para isto.
      Muitos conforto que usufruímos é por causa de ums cientistas .por isso quê estou digitando, se não tivesse imventado o telefone
      não tinha como enviar
      Se alguém mandar opinião
      errada respeito,poque outro vez pode ser eu que erro.
      Estamos errando em muitas coisas ,respeito a todos .

  2. Poderia ser uma teoria.
    pesquisadores russos sugerem que estrelas axionais poderiam de fato se formar de maneira rápida.
    que áxions pesados, chamados áxions QCD, poderiam levar 1 bilhão de anos para formar uma estrela. Porém, áxions leves, cerca de 100 quadrilhões de vezes mais leves do que áxions QCD e chamados de “matéria escura difusa” poderiam levar apenas 10 milhões de anos para construir uma estrela de áxions.

  3. Teoria interessante dos pesquisadores russos que sugerem que estrelas axionais poderiam de fato se formar de maneira rápida (considerando o tempo com que as coisas se formam no universo)
    que áxions pesados, chamados áxions QCD, poderiam levar 1 bilhão de anos para formar uma estrela. Porém, áxions leves, cerca de 100 quadrilhões de vezes mais leves do que áxions QCD e chamados de “matéria escura difusa” poderiam levar apenas 10 milhões de anos para construir uma estrela de áxions.

  4. Há possibilidade da estrela de estar a aproximar da Terra? Daí o aumento do Tamanho e brilho? Sou completamente ignorante na astronomia mas seria algo lógico. Vemos a estrela maior porque está mais próximo de nós…?

  5. Sou novo no ramo de observar as estrela. E a estrela polar sempre me chamou a atenção. Hoje observando ela, estava pulsando me pareceu bem mais que no inicio do mês de março e achei interessante que surge uma faixa escura de um lado, percorre toda estrela e some no lado oposto. Como se fosse a linha do equador percorre do de Norte a Sul…alguém poderia me dar uma explicação…?

  6. A verdade é que sabem muito bem do que se trata, porque se move da forma como se move e a razão da intensidade de seu brilho. Mas isso traria muita informação à massa, o que não lhes interessa! Dica, é bíblico e de conhecimento antigo das mais diversas civilizações. Se aprofunde e conhecereis a verdade, e adivinha, vos libertará!

  7. Polaris está indo rumo ao norte, onde se encontra o centro real do nosso planeta e do firmamento. Por ser a única estrela imóvel do céu por muitos anos, esse deslocamento está causando a inversão magnética em nosso sistema, tal como, neve no Saara, enchentes na Arábia e outras que ainda chegarão acontecer. Além de que, estudos apontam que a Polaris B está prestes a explodir daqui a alguns anos.
    No fim, com toda tecnologia que temos e pesquisas avançadas, nos é mostrado como ainda estamos longe de obter o pleno conhecimento do nosso sistema.

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