Alemães dizem “nunca mais” no dia da Memória do Holocausto

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A.D. / Wikipedia

Campo de concentração de Auschwitz II-Birkenau, na Polónia ocupada pelos nazis, em 1944

A Alemanha assinala a 27 de setembro, todos os anos, a data da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau — e o fim do Holocausto.

“Nunca mais!”, afirmou este sábado o chanceler alemão, Olaf Scholz, no Dia da Memória das Vítimas do Holocausto, antes de elogiar os compatriotas pela mobilização contra a extrema-direita.

“A nossa responsabilidade por este crime contra a humanidade cometido por alemães continua válida”, declarou o social-democrata num podcast lançado neste sábado, no qual também expressou alegria por ver o seu país “de pé, com milhões de cidadãos marchando pelas ruas”.

“A nossa democracia não é um presente de Deus, é feita pelo homem”, realçou Olaf Scholz, citado pela agência AFP.

Nas últimas semanas milhares de alemães protestaram em todo país contra as ideias radicais da AfD, o partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha. Segundo a aliança cidadã ‘Campact’, uma das organizadoras do movimento, estão previstas mais de 300 manifestações para este fim de semana.

“Temos o triplo de manifestações que na semana passada, em particular no leste da Alemanha”, afirmou a Campact num comunicado divulgado neste sábado. Nesta região, a antiga Alemanha Oriental, o AfD tem seus melhores resultados eleitorais.

A Alemanha recorda todos os anos, a 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto no aniversário da libertação pelos soviéticos, em 1945, do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

O 79º aniversário da libertação do campo é recordado em clima de tensão, depois de a organização de jornalismo investigativo Correctiv ter revelado, a 10 de janeiro, que membros da AfD discutiram a expulsão em larga escala de migrantes e “cidadãos não assimilados”.

Apresentado como um “plano secreto contra a Alemanha”, a reunião em Lehnitzsee, que teve lugar em novembro, envolveu políticos da AfD, dois elementos da CDU e membros do grupo neonazi Movimento Identitário, incluindo o seu líder.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, comparou na altura a reunião à “horrível conferência de Wannsee”, em 1942, quando o regime nazista planeou o extermínio dos judeus europeus.

O que foi o Holocausto?

O Holocausto foi um período da história, na época da Segunda Guerra Mundial (1939-45), em que milhões de judeus foram assassinados simplesmente por serem judeus.

Os assassinatos em massa foram organizados pelo partido Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado em 1919 após a primeira Guerra Mundial e liderado desde 1921 por Adolf Hitler, que apontou como alvo principal da sua política social o extermínio dos judeus

Quase 7 em cada 10 judeus na Europa foram assassinados durante este período, considerado o derradeiro exemplo de genocídio, recorda a BBC.

A “purificação da raça” alemã preconizada pelo partido Nazi implicava também a eliminação ou redução de direitos de outros grupos étnicos, incluindo os romani, pessoas com deficiência, homossexuais e opositores políticos.

Os nazis montaram campos de concentração onde prenderem e obrigaram a trabalho forçado as pessoas que acreditavam ser “inimigos do Estado“. O primeiro campo, chamado Dachau, foi inaugurado em março de 1933, na região de Munique.

Entre 1933 e 1945, foram criados mais de 40 mil campos de concentração no território controlado pelo regime nazi — alguns dos quais eram na realidade campos de extermínio com câmaras de gás na qual os “povos inferiores” eram executados.

Os nazis eram racistas e acreditavam na superioridade daquilo a que chamavam a Raça Ariana. Na conceção nazi, um ariano era alguém de origem germânica, com determinadas características físicas e genéticas, enquanto judeus, ciganos negros e outros grupos étnicos eram “raças inferiores”.

Em janeiro de 1933, os nazis foram chamados a formar governo depois de terem sido o partido mais votado em eleições nas eleições legislativas que então tiveram lugar.

A partir do momento em que o seu partido chegou ao poder, o novo chanceler Adolf Hitler decidiu impor os valores nazis em todos os aspetos da vida alemã, assumindo o controlo da sociedade alemã através do medo, terror e propaganda.

Em 1934, após a morte do então presidente alemão Hindenburg morreu, Adolf Hitler declarou-se Führer, ou “líder supremo da Alemanha”. A 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler invadiram a Polónia, desencadeando a II Guerra Mundial.

ZAP //

2 Comments

  1. YáHHH!!!
    Agora apoiam o massacre de palestinianos, deve ser a moda actual!!!
    Alemães, cambada de hipócritas… raça mal agradecida aos milhões de emigrantes que lhes reergueram o país.
    Raça impura, misturada com os seus salvadores… país infenido pronto a implodir, assim como os EUA… entende-se a diferença de opinião, mas não a imposição de ideologias como a Morte por Decreto “Legal”!!!
    Por muito que eu queira ser de esquerda (e sou a nivel social), minha mente não me deixa matar, sejam fetos humanos ou sequer animais!!! Se querem mandar umas quecas , sejam responsáveis!!! Assumam!!!

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