As comparações são arriscadas mas Alcaraz parece mesmo Federer

Yoan Valat/EPA

Carlos Alcaraz durante jogo com Novak Djokovic

Tenista espanhol, condicionado por cãibras, perdeu contra Novak Djokovic – que mostrou o seu respeito depois da meia-final em Roland Garros.

Novak Djokovic vai estar novamente na final de Roland Garros. Levou a melhor na “final antecipada” com Carlos Alcaraz.

Em campo, na primeira meia-final em França, estiveram o número 1 do ténis mundial (Alcaraz, 20 anos) e o recordista de semanas na liderança dessa tabela ATP – e que pode recuperar essa posição já na segunda-feira (Djokovic, 36 anos).

O jogo estava equilibrado e com momentos espectaculares. O sérvio venceu o primeiro parcial por 6-3, o espanhol respondeu e ganhou o segundo por 7-5.

Mas o jogo mudou no início do terceiro set. Quando ainda estava 1-1, o espanhol começou a sentir cãibras em praticamente todo o corpo. Djokovic aproximou-se de imediato do adversário, também desolado pela situação.

Alcaraz cedeu o jogo seguinte (passou a perder por 1-2) para ser assistido. Resistiu e continuou.

Mas, obviamente, não manteve a capacidade física e perdeu os dois parciais rapidamente, ambos por 6-1.

Djokovic ganhou e, mal cumprimentou Alcaraz na rede, disse-lhe: “És muito novo, vais ganhar muitas vezes“.

Na entrevista depois da partida, as primeiras palavras foram também sobre o espanhol: “Azar do Carlos. Obviamente, a este nível, a última coisa que queres são cãibras, ou outros problemas físicos, em fases avançadas de um Grand Slam. Tenho pena por ele, espero que recupere e que volte muito rapidamente”.

“Foi difícil para ele, que não sabia se era melhor desistir. Mas dou-lhe os parabéns pelo espírito de luta e por ter aguentado até ao último ponto. Respeito por isso, muito respeito“, continuou o sérvio, que continuava a abanar a cabeça, lamentando o que aconteceu.

Carlos Alcaraz admitiu que os problemas físicos surgiram por causa dos “nervos e da tensão de defrontar uma lenda como Djokovic”. “Nunca tinha sentido isto. Tenho que aprender a lição”, completou.

Novak Djokovic também disse: “Ele é um jogador inacreditável, um competidor incrível”.

E esta jogada é a evidência mais recente disto:

Sim, as semelhanças com Roger Federer são evidentes. E não só nesta recordação de um duelo de 2006 entre Federer e David Nalbandian (curiosamente também na meia-final de Roland Garros).

O seu estilo de jogo completo, os altos níveis em qualquer momento do jogo e em qualquer zona do campo, fizeram Toni Nadal comparar Alcaraz com Federer – na véspera do jogo com Djokovic.

“Alcaraz está cheio de confiança e num estado de forma imbatível, tanto fisicamente como tecnicamente. Faz-me lembrar a explosão e superioridade que Federer mostrou desde o fim de 2003 e, sobretudo, em 2004”, analisou o antigo treinador de Rafael Nadal.

Toni Nadal faz outra comparação entre os dois: a superioridade do jovem espanhol vai ser clara durante os próximos tempos.

“A invencibilidade de Roger era tão clara que tivemos de esperar pela chegar de uma geração posterior para que Roger ficassem em apuros. Acho que vai acontecer o mesmo durante uns tempos com Alcaraz”, explicou.

Na final de domingo, Novak vai defrontar outro jogador da nova geração, Casper Ruud. O norueguês derrotou Alexander Zverev na outra meia-final desta sexta-feira, por 6-3, 6-4 e 6-0.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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