Alberto João Jardim informou numa carta enviada aos seis candidatos à liderança do PSD/M, que pretende apresentar a demissão do cargo ao Representante da República a 12 de janeiro.
Na carta endereçada aos candidatos, com data de segunda-feira, Jardim escreve que o Presidente da República se “limita ao cumprimento rigoroso das suas competências constitucionais, sem qualquer intervenção no processo que decorre com as eleições internas do PSD/Madeira”.
Jardim vem defendendo junto de Cavaco Silva, que o novo líder eleito nas diretas do PSD/Madeira deveria assumir as funções de presidente do executivo madeirense até à realização das próximas eleições legislativas regionais que deverão realizar-se em outubro de 2015.
O líder regional refere na missiva que “a fim de apresentar a demissão de presidente do Governo Regional”, conta pedir a marcação de uma reunião com o Representante da República, Ireneu Barreto, “a 12 de janeiro, após a posse da nova comissão política regional, no fim de semana anterior” no congresso regional do partido.
As eleições internas no PSD/Madeira estão marcadas para 19 de dezembro e o congresso a 10 de janeiro, estando na corrida à liderança e sucessão de Jardim seis candidatos: Miguel Albuquerque, Miguel de Sousa, Manuel António Correia, Sérgio Marques, João Cunha e Silva e Jaime Ramos.
Oposição diz que demissão de Jardim é “decisão sensata”
Os líderes dos dois principais partidos da oposição na Madeira afirmaram hoje que o anúncio da demissão de Alberto João Jardim é “uma decisão sensata”, que evidencia a sua “falta de apoio” pelo PSD regional.
“Finalmente o dr. Alberto João Jardim anuncia uma decisão sensata”, disse o presidente do CDS/PP-Madeira, José Manuel Rodrigues à agência Lusa.
“Esperemos é que cumpra com o anunciado”, vincou ainda José Manuel Rodrigues.
Para o líder do PS/Madeira, Vítor Freitas, essa carta de Jardim “clarifica perante a opinião pública aquilo que são as intenções do presidente do PSD/M, que sai por manifesta falta de apoio político”.
O responsável socialista madeirense salienta que “quatro dos seis candidatos à liderança do PSD/M já tinham reivindicado eleições antecipadas, o que configura um pedido de demissão do próprio Alberto João Jardim”.
Na opinião de Vítor Freitas, Jardim “percebeu que hoje já não tem o apoio dentro do partido”, adiantando que “com esta carta, se não voltar a fazer nenhum ziguezague, assume já perante os madeirenses que se demite e haverá eleições no início do próximo ano, antes do verão” na Madeira.
O dirigente do PS/M considera também que o atual governo presidido por Alberto João Jardim “não tem legitimidade democrática”, porque está a desenvolver um programa diferente daquele que apresentou ao eleitorado.
“Está a executar é um programa de ajustamento económico e financeiro que contraria o que foi sufragado e foi construído pelo PSD/M e o PSD/CDS da República, que não foi a eleições”, apontou.
Por isso, Vítor Freitas conclui que “Alberto João Jardim já não tem legitimidade para governar há muito tempo”, sustentando que as eleições “devem ocorrer o mais breve possível”.
/Lusa