“Ainda não li, mas estou curioso”. Costa vai ler “com calma” artigo de Cavaco

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

António Costa diz que vai ler com atenção o artigo de opinião em que o ex-Presidente da República, Cavaco Silva, diz que o primeiro-ministro tem “um grau de coragem política muito baixo”.

O primeiro-ministro afirmou que vai ler, esta segunda-feira à noite, com atenção o artigo que o ex-Presidente da República Cavaco Silva escreveu no jornal Público e em que o critica por ter baixo grau de coragem política.

“Ainda não li, mas estou curioso e vou ler esta noite com calma”, declarou António Costa aos jornalistas, depois de ter participado numa sessão de homenagem ao ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos Rui Vilar, na Cultugest, em Lisboa.

Num artigo de opinião publicado no Público segunda-feira, Cavaco Silva traçou o perfil político de António Costa com base na análise da atuação do primeiro-ministro nos seis anos de chefe do Governo, concluindo que “sobressaiu a aversão a políticas de cariz estrutural”.

Confrontado pelos jornalistas com estas posições críticas manifestadas pelo ex-Presidente da República, Costa não as comentou para já, alegando que ainda não leu o artigo de opinião.

Interrogado se o vai ler, o líder do executivo respondeu: “Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva. Claro que se tem de ler com atenção”, declarou.

Nesse artigo, Cavaco Silva elege as áreas da administração pública, sistema fiscal, justiça e mercado de trabalho como as principais em que o Governo tem poder para tomar medidas com forte impacto positivo no crescimento da economia e diz que o perfil dos ministros por elas responsáveis “é ainda desconhecido”, à exceção do ministro das Finanças, a quem reconhece “um grau médio de coragem política”.

Cavaco Silva defende que no programa do Governo apresentado à Assembleia da República “não se detetam sinais de um ímpeto reformista nas áreas em questão, com a exceção da Administração Pública”.

No entanto, insiste, “o facto de o Governo dispor de apoio maioritário no parlamento faz com que a atuação do primeiro-ministro no passado e o próprio conteúdo do programa sejam indicadores da avaliação do grau de coragem política de relevância limitada”.

“Com efeito, na prática, o Governo, confrontado com o empobrecimento relativo do país, pode ir além das medidas constantes do programa aprovado pelo parlamento e o primeiro-ministro pode adotar um perfil mais favorável ao crescimento económico”, acrescenta.

// Lusa

7 Comments

  1. E se publicasse um artigo a falar do grande Economista Cavaco Silva que veio dizer aos Portugueses que podiam confiar no BES e subscrever acções, pois era um Banco sólido e nos dias seguintes foi à falência . E do que ganhou no BNP E falar também da compra da casa no Algarve e já agora também da varanda da casa em Lisboa que não pediu factura para não pagar IVA etc etc
    Enfim muito mais haveria para questionar ao grande Cavaco que nunca tem dúvidas e raramente se engana

    • Cara leitora,
      Obrigado pelo reparo. Segundo a Lusa, a expressão usada foi “alma” e não “calma”, mas o título originalmente usado pela agência foi entretanto efetivamente alterado para “atenção”.
      Está corrigido.

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