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Estoril 1-3 Benfica | “Águia” com um pé na final

O Benfica saiu por cima na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal 2020/21, por 3-1. Na visita ao Estoril Praia, os “encarnados” começaram bem, falharam muitos golos e viram-se em desvantagem, golo de André Vidigal, reagindo apenas perto do intervalo, altura em que empataram por Darwin Núñez.

Tal como o uruguaio afirmou na “flash interview” final, o Benfica “tentou marcar golos bonitos e acabou por falhar muito”, e esse facto ia explicando o equilíbrio no marcador. Porém, no segundo tempo, os dois pontas-de-lança, Haris Seferovic e Darwin, deram mais volume ao domínio dos comandados de Jorge Jesus.

O jogo explicado em números

  • Pizzi e Gabriel no meio-campo constituíram novidade em relação à vitória do Benfica por 2-0 sobre o Famalicão, nos lugares de Julian Weigl e Adel Taarabt. Diogo Gonçalves assumiu a vaga de Gilberto no lado direito da defesa, com Rafa Silva a regressar e Pedrinho a merecer a titularidade, saindo Haris Seferovic e Franco Cervi. Helton Leite foi o guarda-redes.
  • Arranque de jogo muito mexido, rápido, com ataques de ambos os lados e logo uma excelente ocasião para o Benfica aos seis minutos. Pedrinho isolou Darwin Núñez, mas Thiago Silva saiu-se aos pés do uruguaio e negou-lhe o golo. E aos 13, Rafa Silva fintou meio mundo, entrou na área, mas quando já muitos pensavam que era o primeiro do jogo, o remate cruzado do extremo saiu ao lado, rente ao poste.
  • Rafa estava endiabrado e, em cima dos 15 minutos, Pedrinho, de calcanhar, deixou para o internacional luso e este, na tentativa de fazer um chapéu ao guarda-redes “canarinho”, acertou na barra, numa perdida incrível. Cheirava a golo do Benfica, dada a superioridade e a quantidade de situações de perigo.
  • Os “encarnados” registaram incríveis 79% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora, 95% de eficácia de passe e três remates, mas o único enquadrado do encontro nesta fase era do Estoril, no seu único disparo. Um sinal? Não sabemos, mas a verdade é que aos 23 minutos houve golo, mas para os homens da casa. Num lance rápido, Murilo parou com o peito no lado direito da grande área, cruzou tenso e rasteiro e André Vidigal, ao segundo poste, só teve de encostar.
  • O Benfica podia atacar mais e adornar os lances, mas os homens da Linha mostravam-se bem mais objectivos, de olhos na baliza, e eficazes, fazendo um golo em dois remates, ambos enquadrados. À passagem da meia-hora as “águias” ainda registavam 73% de posse e quatro remates, mas nenhum enquadrado, e só somavam cinco acções com bola na área contrária, contra três.
  • Perto do intervalo, mais um grande lance de perigo do Benfica. Diogo Gonçalves cruzou da direita, Darwin cabeceou e o guardião Thiago Silva realizou uma exibição soberba. Parecia que o golo benfiquista iria acontecer a qualquer momento, e surgiu aos 44 minutos. Canto da direita, Gabriel desviou de cabeça e Darwin, na pequena área, cabeceou para o fundo da baliza, no oitavo disparo dos homens da Luz, segundo com boa direcção. Nesta altura já os encarnados somavam 16 acções com bola na área adversária.
  • Intervalo Festival de desperdício do Benfica nesta primeira parte no Estádio António Coimbra da Mota. Num jogo intenso, veloz, com as duas equipas a procurarem o golo, os “encarnados” foram superiores, tiveram a bola em 71% do tempo, remataram mais e criaram diversas situações de grande perigo, mas falharam muito no momento da finalização, algo que o Estoril não fez, aproveitando o seu melhor lance. O melhor em campo no primeiro tempo foi Diogo Gonçalves, novidade de Jorge Jesus para este encontro, na lateral-direita. Diogo registava nesta fase um GoalPoint Rating de 6.1, com uma ocasião flagrante criada, quatro passes ofensivos valiosos, 92% de eficácia nos 50 passes que realizou, o máximo de acções com bola (73) e cinco recuperações de posse.
  • O Benfica continuou a mandar no arranque do segundo tempo, mas de forma menos acentuada, não passando dos 54% de posse de bola chegada a hora de jogo, e com dois disparos contra um. Aos 62 minutos, o recém-entrado Seferovic interceptou um mau passe da defesa estorilista, ultrapassou Thiago Silva, mas acertou no poste, de ângulo apertado.
  • A insistência do Benfica era grande e aos 68 minutos surgiu o 2-1. Jogada confusa, Rafa tentou o remate, mas não conseguiu o domínio, a bola sobrou para Seferovic que, com um forte remate de pé esquerdo, fez golo – ao 15º remate benfiquista na partida, terceiro enquadrado. Aos 70 minutos, ou seja, em 20 desde o descanso, os “encarnados” já registavam 14 acções com bola na área do Estoril, quase tantas como em todo o primeiro tempo (16).
  • O Estoril começava a não controlar os lances do Benfica e a dar espaços às transições rápidas do Benfica, e aos 77 minutos chegou o 3-1. Taarabt fugiu pela direita, cruzou rasteiro e Darwin finalizou com sucesso. Parecia que estava tudo “arrumado”, mas num assomo, o Estoril reagiu e obrigou Helton Leite a trabalhos logo a seguir.
  • Contudo, o Benfica soube recuar quando preciso, esperar pelo seu adversário e tapar os caminhos para a sua baliza, pelo que o marcador não voltaria a sofrer alterações. A segunda mão, no Estádio da Luz, disputa-se a 3 de Março.

O melhor em campo GoalPoint

Pouco utilizado esta época no Benfica, Diogo Gonçalves surgiu nesta partida a titular, no lado direito da defesa, e aproveitou bem a oportunidade nos 70 minutos em que jogou, em especial pela primeira parte. O alentejano terminou com um GoalPoint Rating de 7.2, fruto das ocasiões flagrantes que criou, duas das quatro do Benfica, mas também pelos três passes para finalização, os cinco passes ofensivos valiosos, os dois cruzamentos eficazes em sete, os dois dribles completos (100%) e as 90 acções com bola (só Grimaldo, com 102, teve mais).

Mário Cruz / Lusa

Darwin Núñez, Haris Seferovic e Everton.

Jogadores em foco

  • Darwin Núñez 7.8 – Dois golos poderiam ter colocado o uruguaio no topo dos ratings, mas a verdade é que continua a complicar o que por vezes parece fácil, e voltou a desperdiçar uma ocasião flagrante. Darwin fez três remates, todos enquadrados, somou oito acções com bola na área contrária (máximo do jogo), mas não teve sucesso em nenhuma das quatro tentativas de drible.
  • Everton “Cebolinha” 6.6 – Por vezes, quando encostado à esquerda, trava o jogo “encarnado”, pois procura sempre flectir para o meio, tirando largura ao futebol benfiquista. Mas nesta partida conseguiu deambular bastante para zonas centrais e mostrou qualidade. Em dois passes para finalização criou uma ocasião flagrante, fez cinco passes ofensivos valiosos, completou cinco de nove tentativas de drible e somou quatro desarmes.
  • Haris Seferovic 6.4 – O suíço entrou apenas na segunda parte, antes de marcar desperdiçou uma ocasião flagrante (remate ao poste), mas acabou por fazer o gosto ao pé, num excelente disparo. O avançado somou cinco acções com bola na área estorilista em 33 minutos.
  • Adel Taarabt 6.1 – Outro dos jogadores lançados no segundo tempo, e o marroquino deu uma nova energia ao meio-campo, não deixando a equipa benfiquista “adormecer” como acontece muitas vezes nas etapas complementares. Adel terminou com uma assistência, para o 3-1, completou as duas tentativas de drible, fez dois desarmes e acertou os 11 passes que realizou.
  • Rafa Silva 5.4 – Inspiradíssimo nos lances de desequilíbrio, desastrado na finalização. O extremo esteve em todo o lado no ataque, completou seis de oito tentativas de drible (valor mais alto da partida), somou sete acções com bola na área, fez cinco passes ofensivos valiosos e foi o mais rematador do jogo, com quatro disparos, um à barra. Mas não enquadrou nenhum e ainda desperdiçou duas ocasiões flagrantes.
  • Loreintz Rosier 5.9 – O melhor elemento dos “canarinhos”. O médio-defensivo jogou apenas uma hora, mas o suficiente para ter um impacto nos momentos defensivos, nomeadamente pelos três desarmes, três alívios e dois bloqueios de remate.

GoalPoint

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