Águia desinspirada perde pela primeira vez na Luz

José Sena Goulão / Lusa

Os “encarnados” perderam a oportunidade de ganhar pontos aos rivais directos, ainda que em relação ao Porto seja à condição, com uma derrota em casa por 1-2 frente ao Braga.

Os pupilos de Carvalhal trouxeram a lição bem estudada e conseguiram fechar quase todos os caminhos para a sua baliza. Já os “encarnados”, entre desinspiração, pouco acerto e alguma passividade, não aproveitam.

Benfica começa 2025 como acabou 2024, com uma derrota.

O 1-5-4-1 de Carlos Carvalhal apresentado nesta partida foi capaz de travar o ímpeto ofensivo dos “encarnados”, cujo lance de maior perigo na primeira parte foi um remate de Pavlidis ao poste, logo aos oito minutos, já sem ângulo, após contornar Matheus.

Com a lição bem estudada, os “arsenalistas” procuravam atrair para de seguida explorar a passividade das “águias” nas transições.

O primeiro golo da partida chega por intermédio do estreante Fran Navarro, a desmarcar-se perante a passividade dos centrais do Benfica a passe de Víctor Gómez. O segundo do Braga chegou por intermédio de Robson Bambu, solto de marcação num pontapé de canto.

Fruto da estratégia apresentada pelo Braga, a equipa só realizou uma acção defensiva no meio-campo contrário; por outro lado, o Benfica projectado no meio-campo dos “arsenalistas”, realizou dez acções, sem conseguir transformar as circunstâncias num domínio ou perigo efectivo.

Os “encarnados” acabam o primeiro tempo só com um remate enquadrado à baliza de Matheus.

O Benfica voltou nervoso na segunda parte, incapaz de desfazer a muralha minhota. Sempre muito lentos e com pouco critério, os benfiquistas foram remetendo o Braga ao seu primeiro terço, com muitos remates, mas sem darem propriamente trabalho a Matheus.

Aos 67 minutos Lage refrescou a equipa com a entrada de três jogadores, colocando mais peças na frente. Mas o golo de Arthur Cabral acaba por surgir não pela estratégia de Lage, mas na sequência de uma perda de bola em zona proibitiva.

Até ao final o Benfica foi carregando, mas sempre com mais coração do que cabeça, com o Braga quase a fazer o terceiro por intermédio de Roger numa saída rápida.

O Jogo em 5 Factos

1. Eficácia “arsenalista”

Com apenas cinco ações na área adversária, o Braga atingiu novo mínimo da equipa na Liga, ainda assim, conseguiu marcar dois golos, nos dois remates enquadrados que realizou, ambos em ocasiões flagrantes.

2. Muito campo para percorrer

Com as linhas baixas, o Braga consentiu muito espaço ao Benfica para sair em condução desde o seu meio-campo. Os “encarnados” igualaram o seu máximo de conduções progressivas na Liga (18) e acumularam um novo máximo em metros em condução (1363).

3. Desacerto “encarnado”

Dos 21 remates dos “encarnados”, apenas cinco saíram enquadrados à baliza de Matheus, no entanto, só dois deles foram no seguimento de ocasiões flagrantes, tantas como o Braga.

4. Bloco baixo

O bloco baixo dos “arsenalistas”, aliado à tentativa de sair em transição, teve como consequência um novo máximo de passes de alto risco falhados (34) e um novo máximo de perdas de posse no seu terço defensivo (19).

5. Paciência

Novo mínimo de passes progressivos (16) do Braga na Liga, com os “arsenalistas” a optarem por manter a posse de bola de forma menos arriscada.

Filipe Amorim / Lusa

Melhor em Campo

O central brasileiro Robson Bambu foi decisivo para o triunfo dos bracarenses, ao marcar o primeiro golo da carreira num canto onde conseguiu cabecear sozinho para o fundo das redes de Trubin, deixando o resultado em 0-2 já perto do intervalo.

Não foi só determinante ofensivamente, mas também defensivamente, tendo começado a partida como central do lado direito, teve de ocupar a posição central, na sequência da saída por lesão de Niakaté aos 31 minutos, passando a assumir a liderança do trio de centrais.

Foi o jogador que completou mais alívios na partida (7), com mais remates bloqueados (3) e ganhou três dos quatro duelos aéreos defensivos que disputou. Nenhum jogador completou mais acções defensivas (15) na partida.

Resumo

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