Águia cumpre com exibição económica

Eduardo Costa / Lusa

Com oito lesões e muita gestão de esforço devido aos compromissos europeus, o Benfica entrou para a visita ao Santa Clara com muitas mexidas, mas mesmo assim fez o suficiente para conseguir os três pontos.

O jogo foi complicado, Trubin foi segurando a sua baliza a zeros e o domínio “encarnado” acabou por dar frutos pelo reforço Bruma.

Os açorianos conseguiram reagir e ser mais perigosos no final, curiosamente numa fase em que já só tinham dez elementos.

Primeira parte muito mexida nos Açores, em especial nos primeiros 25 minutos, com ocasiões de golo claras junto de ambas as balizas e com os dois guarda-redes, Gabriel Batista e Trubin, a brilharem a grande altura.

O Benfica, com muitas mexidas, dominou a partir daqui, mas não imprimia grande velocidade aos seus processos, muito por culpa da boa capacidade do Santa Clara em cortar linhas de passe. E assim o nulo perdurou.

Com Orkun Kökçü a entrar ao intervalo, o Benfica passou a ter mais ordem na construção ofensiva, mantendo a mesma solidez a travar as transições contrárias (excepto nos minutos iniciais após o reatamento).

Até que, aos 55 minutos, Bruma surgiu na área a concluir um cruzamento de Amdouni, estreando-se assim a marcar pelos “encarnados”.

Estava feito o, aparentemente, mais difícil, e a tarefa benfiquista ficou mais facilitada (na teoria) quando Sidney Lima foi o segundo amarelo e foi expulso, aos 76 minutos. Na teoria, porque foi com dez elementos que os açorianos mais se acercaram da baliza benfiquista, e com perigo.

O Jogo em 5 Factos

1. Santa Clara pragmático

O Benfica esteve quase sempre por cima e colocou muitas bolas na área, nada que preocupasse verdadeiramente os homens da casa. O Santa Clara não foi de modas e afastou o perigo de forma pragmática, terminando o jogo com 56 alívios, novo recorde da Liga. Só MT Araújo fez 14. Curiosamente, o Benfica também fixou o seu próprio máximo de alívios (27).

2. Benfica com muitos remates de longe

A solidez do Santa Clara na defesa obrigou o Benfica a rematar muitas vezes de fora da área. Dos 17 disparos, dez foram desta zona do terreno, quatro deles por Bruma (segundo valor mais alto da Liga), igualando o máximo da equipa.

3. Águias superiores nos duelos

Num jogo de muita luta, os jogadores do Benfica estiveram melhor nos duelos individuais, vencendo 73, novo máximo da equipa, contra 58 dos insulares.

4. Jogo de muita luta

Nunca o Benfica tinha sofrido tantas faltas num jogo desta Liga. O registo anterior mais elevado foi de 17, nos Açores os “encarnados” foram travados 21 vezes através de infracções.

5. Muita pressão e erros

Estas duas estatísticas andam muitas vezes de mãos dadas. O Benfica terminou a partida com 22 acções defensivas no meio-campo contrário, mais 18 que o Santa Clara, demonstrativo da pressão exercida em todo o campo. Já os anfitriões igualaram o seu valor mais alto de perdas de posse no primeiro terço (24).

Melhor em Campo

Estreia a titular pelo Benfica, estreia a marcar pela sua nova equipa. Bruma jogou entre o flanco esquerdo e as costas do ponta-de-lança Belotti, demorou algum tempo a imprimir intensidade ao seu jogo, mas acabou por ser decisivo, ao fazer o único tento do desafio, terminando como MVP.

O extremo ganhou nove dos dez duelos que disputou, foi o mais rematador do desafio, com seis disparos, um enquadrado, recebeu oito passes progressivos (máximo), completou duas das três tentativas de drible e, curiosamente, ganhou os três duelos aéreos ofensivos que disputou.

Resumo

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