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Cientistas encontram água líquida dentro de um meteorito

Eric James / NASA

Fragmentos do meteorito Sutter’s Mill

Uma equipa de cientistas descobriu água líquida num meteorito primitivo, formado além da órbita de Júpiter.

Os cientistas sabiam que a água existia noutros planetas além da Terra. No entanto, apesar de suspeitaram de que estava preservada num tipo de meteorito conhecido como condrito carbonáceo, os investigadores nunca descobriram água líquida nessas rochas. Pelo menos, até agora.

Recentemente, uma equipa de cientistas descobriu pequenas bolsas de água líquida, rica em dióxido de carbono, num meteorito proveniente do início do Sistema Solar.

Este novo trabalho expande a compreensão sobre a evolução dos planetas, até porque este tipo de água no interior do meteorito pode ter ajudado no surgimento da água na Terra.

A descoberta “dá a evidência direta da evolução dinâmica do Sistema Solar”, disse o autor do estudo Akira Tsuchiyama, professor da Universidade Ritsumeikan, no Japão, ao Space.

A equipa analisou os fragmentos do meteorito Sutter’s Mill, que se formou há 4,6 mil milhões de anos e caiu nos Estados Unidos, em 2012.

O portal avança que os cientistas usaram técnicas de microscopia para observar os fragmentos e notaram um minúsculo cristal de calcite que abrigava um líquido. Este, por sua vez, continha cerca de 15% de dióxido de carbono.

A descoberta confirmou que tanto água líquida quanto dióxido de carbono podem existir em rochas espaciais antigas. “Esta conquista mostra que a nossa equipa conseguiu detetar um minúsculo fluido preso num mineral há 4,6 mil milhões de anos“, reagiu Tsuchiyama, em comunicado.

Os especialistas acreditam que o asteróide original desta rocha se formou com água congelada e dióxido de carbono, numa zona fria do Sistema Solar – muito provavelmente além da órbita de Júpiter.

Esta hipótese é coerente com algumas teorias anteriormente defendidas de que asteróides ricos em moléculas como a água se formam em regiões distantes do Sistema Solar e só mais tarde viajam para perto do Sol.

O artigo científico foi publicado em abril na Science Advances.

Liliana Malainho, ZAP //

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