Justus L. Gibson et al

Novas galáxias ultravermelhas são semelhantes à Via Láctea, mas muito mais poeirentas. O que nos dizem sobre o Universo?
Pode pensar nos OVNIs (objetos voadores não identificados) como estranhos objetos cósmicos extraterrestres que esvoaçam sobre a Terra. Mas o telescópio Webb tirou-nos o cavalinho da chuva: os OVNIs existem, mas são outra coisa, completamente diferente — mas não menos interessante.
Foi o Telescópio Espacial James Webb (JWST) que detetou pela primeira vez umas galáxias conhecidas como Objetos Achatados Ultravermelhos, ou OVNIs (porque em inglês a sua sigla é UFO — igual a OVNI).
Agora, um novo estudo publicado em 2024 na The Astrophysical Journal que as analisa dá-nos a conhecer um pouco mais sobre elas — têm uma forma semelhante à nossa galáxia, mas têm muito mais poeira.
“O JWST permite-nos ver este tipo de galáxia que nunca teríamos sido capazes de ver antes”, disse o autor principal, Justus Gibson, à SciTechDaily. “Diz-nos que talvez não compreendamos o Universo tão bem como pensávamos”.
“São visualmente tão impressionantes”, disse a astrofísica Erica Nelson. “São enormes discos vermelhos que aparecem nestas imagens e foram totalmente inesperados. Fazem-nos pensar: ‘O quê? Como?'”.
As galáxias OVNI parecem vermelhas porque emitem muito pouca luz visível. A maior parte da luz que escapa destas galáxias é radiação infravermelha, e a pouca luz visível que emitem está no limite do que os olhos humanos são capazes de ver.
O observatório Hubble teve, portanto, dificuldades em observá-las. Mas o Webb recolhe a luz infravermelha, e não apenas o que é visível, pelo que teve mais facilidade em visualizá-las.
Estas galáxias “têm discos grandes e maus — como a nossa casa, a Via Láctea — a voar pelo espaço, completamente invisíveis para nós”, explicam os autores.
Têm tanta poeira que esta é suficiente para bloquear cerca de 50 vezes mais luz de irradiar para o espaço do que a Via Láctea. Não se sabe ao certo como ficam tão poeirentas.
Podem ter muitas formas e tamanhos, desde discos semelhantes a frisbees, bolas de futebol e esferas. Agora, os investigadores continuam a procurar respostas. Por agora, persistem mais perguntas do que certezas.