Afinal os macacos não nasceram nas árvores

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Dois novos estudos sugerem que, há 21 milhões de anos, os primeiros primatas africanos comiam folhas — e viviam em savanas, não nas florestas.

Numa surpreendente revisão das teorias da evolução dos primatas, estudos recentes sugerem que os primeiros primatas, há cerca de 21 milhões de anos, não viviam em florestas tropicais luxuriantes, como se pensava, mas sim habitats mais abertos que variavam entre as estações secas e húmidas.

Estas descobertas, baseadas em evidências fósseis do período Mioceno no leste de África, alteraram radicalmente a narrativa aceite da evolução dos primatas.

Os autores dos estudos, publicados a 13 de abril e 14 de abril na Science, sugerem que os primeiros primatas viviam num habitat misto entre florestas e savanas, 10 milhões de anos antes do que se pensava, e contrariando a ideia predominante de que os primatas viviam unicamente em selvas densas e húmidas.

Os estudos baseiam-se numa variedade de evidências, incluindo a análise de um primata fóssil conhecido como Morotopithecus. Ao contrário do que os cientistas esperavam, os dentes deste antigo primata assemelhavam-se mais aos de primatas que comem folhas, em vez de frutas.

Os investigadores descobriram vestígios geoquímicos nos dentes, indicando que o Morotopithecus se alimentava de plantas que prosperavam em ambientes de pastagens, seguindo um padrão sazonal.

Esta descoberta desafia a suposição de longa data de que os primeiros primatas estavam confinados a florestas tropicais.

Mandíbula do fóssil Morotopithecus bishopi analisado pelos autores do estudo

Estas revelações levaram a uma reavaliação global de como os ambientes do leste de África evoluíram durante as eras críticas da evolução dos primatas e dos primeiros humanos.

“As ideias até agora aceites, centradas nas florestas, resultaram da projeção para o passado do que sabemos sobre os primatas atuais”, explica ao Smithsonian a antropóloga Laura MacLatchy, autora principal do estudo sobre o Morotopithecus e investigadora da Universidade de Michigan.

“No entanto, tornou-se agora claro que os habitats modernos não podem ser usados como proxies para os ambientes onde os primatas e humanos evoluíram”, acrescenta a investigadora..

A reconstrução da complexa ecologia do leste da África ancestral continua a apresentar desafios significativos, e  a delicada tarefa de recompor este ambiente pré-histórico é um processo em curso, diz MacLatchy.

Os cientistas devem assim reconsiderar suposições enraizadas há décadas, à medida que continuamos a desvendar a pré-história do continente africano, conclui a investigadora.

ZAP //

1 Comment

  1. Nós não temos esse problema ! ….Bem sabemos que os meninos nascem nas Couves , as Meninas nas Flores e os (as) Homossexuais nascem nas Couves-Flor !

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