Para os adultos mais velhos, saber quando é altura de deixar de conduzir pode ser uma decisão difícil e bastante emotiva. No entanto, os investigadores têm uma resposta.
Um novo estudo, publicado no Neurology Journals, sugere que é a função cognitiva, e não a idade ou até mesmo os primeiros sinais de Alzheimer, o fator mais importante para determinar quando os idosos devem deixar de conduzir.
Segundo o Study Finds, os investigadores acompanharam 283 participantes com idade média de 72 anos que conduziam pelo menos uma vez por semana.
Ao longo de quase 6 anos, a equipa descobriu que os participantes que desenvolveram deficiências cognitivas ou que tiveram um pior desempenho nos testes cognitivos tinham mais probabilidade de deixar de conduzir do que os que mantiveram função cognitiva normal.
“Muitos dos condutores mais velhos estão conscientes das alterações que ocorrem à medida que envelhecem, incluindo o declínio cognitivo subjetivo“, afirma o autor principal do estudo Ganesh Babulal.
O défice cognitivo foi medido utilizando a escala Clinical Dementia Rating (CDR), que varia entre a função cognitiva normal e a demência grave.
Os investigadores descobriram que mesmo uma ligeira subida nesta escala tornava os participantes 3,5 vezes mais propensos a decidir deixar de conduzir, em comparação com os que permaneciam a zero.
Além disto, o estudo utilizou uma medida mais sensível, denominada Preclinical Alzheimer’s Cognitive Composite (PACC), criada para detetar alterações cognitivas em pessoas que ainda têm uma pontuação deficiente no CDR.
As pontuações PACC mais baixas foram associadas a um aumento de 30% na probabilidade de deixar de conduzir.
A presença de biomarcadores da doença de Alzheimer no cérebro e no líquido cefalorraquiano, não previu a decisão de deixar de conduzir, e sugere que as fases mais precoces do declínio cognitivo, antes de a doença se ter desenvolvido totalmente, podem afetar a capacidade de condução.
A equipa descobriu que as mulheres tem quatro vezes mais probabilidade de deixar de conduzir durante o estudo do que os homens, mesmo depois de terem sido ajustados outros fatores como a função cognitiva.
“O que demonstrámos em trabalhos anteriores é que as mulheres estão frequentemente mais conscientes das suas capacidades, estão mais dispostas a admitir que já não são capazes de conduzir em segurança e planeiam com mais antecedência a transição para deixar de conduzir, em comparação com os os homens”, conclui Babulal.
A decisão de deixar de conduzir pode ser bastante difícil. No entanto, conduzir com a função cognitiva debilitada apresenta inúmeros riscos, tanto para os próprios condutores como para os restantes utilizadores da via pública.
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