Afegãos usam fisga gigante para atirar droga através da fronteira

Um grupo de afegãos usa uma fisga gigante, rodeada por arbustos queimados pelo sol, para atirar droga para o outro lado da fronteira com o Irão. Os especialistas acreditam que os contrabandistas têm usado esta técnica há vários anos. 

A fisga encontra-se na parte superior de uma trincheira e serve para catapultar pacotes de droga para o outro lado da fronteira do Afeganistão com o Irão. Analistas consultados pela VICE acreditam que esta técnica usada pelos traficantes de droga afegãos tem vindo a ser utilizada há já vários anos.

O especialista socioeconómico David Mansfield disse que estas “engenhocas” criativas de contrabando são feitas de metal. “Com cerca de 1,5 metros de altura, estas catapultas são inseridas numa base de betão e podem disparar um pacote de 1 kg a uma distância de até 300 metros.”

No sudoeste da província de Nimroz, uma das principais artérias do tráfico de droga do país, os contrabandistas usam uma variedade de métodos para passar pela segurança fronteiriça do Irão, que inclui barreiras de betão, vedações de arame farpado, valas profundas e patrulhas que disparam contra os invasores.

Na cidade de Zaranj, émuito comum ver-se escadas improvisadas e catapultas rudimentares para enviar droga para o lado oposto da fronteira. Os traficantes aproveitam as tempestades de vento, conhecidas como “vento dos 120 dias”, no final da primavera e no verão, para contornar as medidas de vigilância fronteiriça.

Mansfield salientou que a utilização destas fisgas gigantes “tornou-se mais comum com a construção do muro ao longo da fronteira do Irão com o Afeganistão”. “Servem como forma de reduzir tanto os custos como os perigos do contrabando de droga”, explicou o especialista.

O Afeganistão é o maior fornecedor mundial de opiáceos ilícitos.

De acordo com o United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), o país foi responsável por cerca de 85% da produção mundial em 2020. No relatório de 2021, o UNODC revelou que o rendimento dos opiáceos no Afeganistão ascendia a pelo menos 1,8 mil milhões de dólares.

ZAP //

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