Advogadas obrigadas a despir soutien na prisão

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Mário Cruz / Lusa

Várias advogadas foram forçadas a tirar os soutiens quando foram visitar os reclusos que defendem no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo, nos Açores. Uma situação “lamentável e humilhante”, diz a Bastonária.

Estas advogadas foram obrigadas a tirar a peça de roupa interior porque quando passavam pelo equipamento detector de metais, este apitava, uma vez que há soutiens que têm aros metálicos.

A situação é denunciada pela própria bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, num comunicado enviado aos associados, onde refere a existência de “revistas abusivas” na cadeia de Angra do Heroísmo.

À entrada no estabelecimento prisional e “perante o aviso sonoro do pórtico de metais, era exigido às senhoras advogadas que retirassem o soutien, de modo a averiguar o motivo do sinal”, salienta a bastonária nesse comunicado.

“É uma ação lamentável e humilhante. Fiquei estarrecida! Não cabe na cabeça de ninguém que se peça a uma senhora advogada que dispa o soutien!”, aponta Fernanda de Almeida Pinheiro em declarações ao Correio da Manhã (CM).

A bastonária enviou, assim, um apelo à Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para “terminar de imediato com esta prática violadora da dignidade profissional” das advogadas.

Na resposta, a DGRSP emitiu um despacho onde conclui que “os/as advogados/as que se desloquem ao EP em exercício profissional, atentas as especiais prerrogativas das suas funções, não devem ser sujeitos às regras de revista pessoal e dos bens particulares reservadas pela lei às visitas presenciais dos reclusos”, como destaca o comunicado da bastonária.

ZAP //

4 Comments

  1. Pois, se as advogadas vão para uma prisão, onde têm de passar por um detetor de metais (e bem…), porque é que levam soutiens com armação metálica, se depois não os querem tirar?
    É claro que têm de os tirar, de modo a ser possível avaliar se são eles que fazem disparar os detetores de metais.
    Ou será que as advogadas estão à espera que simplesmente lhes perguntem se junto às mamas não levam objetos metálicos que possam constituir armas ou meios de fuga, bastando que elas respondam que não levam nada para entrarem nas cadeias sem verificações adicionais? Se assim fosse, nem valia fazer revista, cada um levava para a cadeia o que queria …
    Estas advogadazecas e a sua representante deviam fazer um teste de QI antes de se pronunciarem. Talvez isso ajudasse a evitar algumas figuras tristes…

    • Eu acrescentaria ao seu comentário, de que as advogadas, pessoas que considero estarem a par dos métodos de segurança das estabelecimentos prisionais, porque antes de irem fazer esse trabalho, e quiçá logo em sua casa, não colocam um soutien sem armação metálica? Deste modo, evitar-se-ia de que alguém do estabelecimento prisional tivesse de as informar que, aí deviam tirar o soutien. O não uso de um soutien com armação metálica durante um ou outro dia, não é discriminatório!
      Depois disto, também não entendo que à entrada dos aeroportos, onde há detetores de metais, estes não alertem, quando qualquer mulher que esteja a usar esse tipo de soutien e esteja a entrar nesse local? Mesmo se isso ocorra, se eu fosse mulher e soubesse desse pré-requisito, em casa e antes de ir embarcar utilizaria um soutien sem armação metálica. Haja bom censo e , nestes casos, nada de falar em discriminação sexual porque, mesmo sendo apologista de iguais direitos entre géneros, estes alaridos parecem-me que irão contribuir para que essa igualdade nunca seja alcançada.

  2. Pensava que as advogadas não eram extraterrestres! Os advogados sabem que a lei, em Portugal, é igual para todos; mas neste caso, querem que haja uma lei para mim e outra para elas. O soutien, toda a gente sabe, que pode servir de saco para levar muitas coisas para a cadeia, porque na pasta já deu nas vistas.https://www.jn.pt/justica/advogada-apanhada-a-meter-droga-na-cadeia-proibida-de-entrar-em-prisoes-15764612.html. Depois defendem causas de discriminação contra os seus constituintes! Haja moral! Esta é a minha opinião.

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