A adoração de uma Deusa une ambos os lados do Estreito de Taiwan

A Deusa taoista Mazu é reverenciada de ambos os lados do Estreito de Taiwan. A China apoia o culto como forma de fortalecer as relações.

No interior do templo Xinggong, na ilha de Meizhou, província de Fujian, os peregrinos curvam-se diante de uma estátua da Deusa taoista Mazu.

O Governo chinês, que tem vindo a exercer pressão militar e diplomática sobre Taiwan, apoia o culto como forma de reforçar as relações políticas e económicas entre ambos os lados do Estreito.

“O Governo tenta usar a adoração de Mazu para ligar o povo da China continental ao povo de Taiwan, como uma identidade cultural comum“, explicou o investigador Zhang Yanchao ao The World.

Nos últimos meses, a China tem enviado aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan. Por sua vez, a ilha tem-se afirmado como uma democracia autónoma, sendo governada separadamente desde 1949 como resultado da guerra civil na China.

Segundo o investigador, a Deusa Mazu é também encarada como uma forma de construir laços económicos. A China “tenta atrair o apoio financeiro de Taiwan, e também de outros chineses estrangeiros, ao promover esta adoração”, disse.

Localmente, o interesse em Mazu é usado para fomentar a economia turística.

De acordo com o site, acredita-se que a Deusa tenha sido uma pessoa real chamada Lin Mo, que viveu no século X, tornando-se reverenciada pelos seus poderes divinos, como prever o tempo e salvar marinheiros.

Conhecida por ser compassiva e maternal, Mazu morreu aos 28 anos enquanto tentava salvar as vítimas de um naufrágio, tendo sido elevada a Deusa do mar.

À medida que a economia marítima e o comércio ultramarino da China se expandiam no século XIII, a devoção foi encorajada. Nos anos 1800, o imperador deu-lhe até o título de Rainha dos Céus.

ZAP //

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