É agora claro que “o debate sobre a adesão da Finlândia à NATO irá mudar”, diz Presidente finlandês

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demarit / Flickr

Sanna Marin, a primeira-ministra da Finlândia

A primeira-ministra Sanna Marin disse numa conferência de imprensa que a Finlândia não está atualmente a enfrentar uma ameaça militar imediata.

O Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, afirmou numa conferência de imprensa que o ataque militar noturno da Rússia contra a Ucrânia tinha sido um “choque para todos”, uma vez que as nações ocidentais tinham mantido a esperança de encontrar uma resolução diplomática para as tensões, segundo relata a Yle News.

“As nossas profundas condolências são para com o povo da Ucrânia. Em Kyiv, Kharkov, Mariupol, Odessa e noutros locais, pessoas inocentes estão a viver os horrores da guerra”, disse Niinistö, acrescentando que a Finlândia “condena veementemente” as ações da Rússia e exige o fim imediato das hostilidades.

Niinistö também procurou assegurar às pessoas que vivem na Finlândia que não existe uma ameaça imediata à soberania finlandesa, em resultado do ataque da Rússia à Ucrânia.

“É compreensível que muitos finlandeses estejam a sentir medo. Sublinho que não existe atualmente nenhuma ameaça contra a Finlândia. Mas isto irá afetar [a Finlândia] e já a afetou”, acrescentou.

Na mesma conferência de imprensa, a primeira-ministra Sanna Marin (SDP) referiu que a comunidade internacional em geral apoia a Ucrânia.

“Nós, como Finlândia, como União Europeia e como comunidade internacional, condenamos veemente a ação militar da Rússia contra a Ucrânia“, disse Marin.

Acrescentou ainda que a UE está pronta a impor sanções duras e fortes à Rússia. “Não há preço para a paz, a estabilidade e a vida humana“.

A primeira ministra foi questionada sobre a potencial adesão da Finlândia à aliança militar NATO, que tem sido objeto de grande debate no país nos últimos meses, à medida que as tensões aumentavam na região da Ucrânia.

“A Finlândia não enfrenta atualmente uma ameaça militar imediata, mas também é agora claro que o debate sobre a adesão da Finlândia à NATO irá mudar”, respondeu Marin, acrescentando que uma candidatura finlandesa à NATO exigiria um apoio parlamentar e público muito amplo.

Ambos os líderes também falaram sobre a relação alterada da Finlândia com a Rússia, na sequência dos acontecimentos na Ucrânia.

Niinistö realçou que isto se refletirá na política externa e de segurança da Finlândia, uma vez que se prevê que a situação se mantenha por um período de tempo prolongado.

Niinistö foi questionado por um jornalista sobre o que pensa agora do Presidente russo Vladimir Putin na sequência do fracasso dos esforços diplomáticos e do lançamento da ação militar na Ucrânia. “A máscara saiu agora e só a face fria da guerra é visível“, responde.

Após a conferência de imprensa de Marin e Niinistö, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, e o Ministro da Defesa, Antti Kaikkonen, também falaram com os meios de comunicação social.

Haavisto sublinhou que a situação é agora muito grave e que os seus pensamentos estão para com o povo ucraniano, acrescentando que o conflito levaria à fuga de refugiados da Ucrânia e para a UE, incluindo para a Finlândia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros está ciente de que existem cerca de 80 cidadãos finlandeses na Ucrânia, incluindo membros da sua embaixada.

O Ministro da Defesa acrescentou que a situação na Ucrânia é muito imprevisível e que pode mudar rapidamente.

“A Rússia parece estar a procurar estropiar as capacidades militares da Ucrânia e a vontade de se defender, bem como a apreensão de alvos estrategicamente importantes através de um ataque rápido e vigoroso“, explicou Kaikkonen.

Também concordou com as palavras tanto de Niinistö como de Marin, dizendo que a Rússia não representa uma ameaça militar imediata para a Finlândia.

“A situação militar na área vizinha imediata da Finlândia é atualmente calma”, disse Kaikkonen. “As Forças de Defesa estão bem equipadas para desempenharem as suas funções. O povo da Finlândia pode confiar nas nossas forças de defesa“.

ZAP //

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2 Comments

  1. A situação teria sido outra bem diferente se os Estados Unidos não tivessem constantemente pressionado para a entrada da Ucrânia na NATO, contrariando as disposições da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, que também não foram respeitadas quando estiveram em causa as guerras contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia ou a Síria, mas também anteriormente no Vietname, por exemplo, pois a solução não é a guerra, é a paz e a cooperação.

    • Exactamente. Indigna-me a invasao Russa na Ucrania, mas indigna-me igualmente toda a cinica e mentirosa propaganda dita “ocidental” que finge, mentirosamente, que nao e’ igualmente responsavel por esta guerra, pela sua OFENSIVA em toda a linha, apos a dissolucao do pacto de varsovia e da Uniao Sovietica. Em vez de dissolverem a NATO, supostamente criada “apenas” pelo perigo da Uniao Sovietica, avidamente aproveitaram a situacao para expandir o seu poder, incluindo em guerras fabricadas, como foi sobretudo a criminosa invasao do Iraq, condenada pelo entao Secretario Geral da ONU, e pela criminosa intervencao na Jugoslavia, provocando ou promovendo o seu desmembramento e bombardeando a sua capital, matando milhares de civis inocentes.
      Os avidos expansionistas no dito “Ocidente”, estiveram constantemente a provocar a Russia, ao cerca-la militarmente. Agora, choram lagrimas de crocodilo, por a Russia fazer o mesmo que eles ja’ fizeram – invasoes criminosas para conseguir os seus interesses.

      A unica posicao justa, e’ condenar veementemente os interesses belicistas dos dois lados, denuncia-los e remove-los do poder, pois so’ assim caminharemos para uma situacao de Paz.

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