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Actores recebem 140 euros por hora para emprestar emoções a avatares

The Neutronium Alchemist / Pixabay

É uma pessoa real? É um avatar?

Os anúncios de emprego surgem à medida que os actores de Hollywood fazem greve por causa da IA e dos salários.

Ora segue-se mais uma consequência da Inteligência Artificial (IA). Esta é um pouco diferente das restantes que costumamos partilhar.

Grandes empresas estão a apostar em avatares. Os “bonecos” IA são personagens baseadas em pessoas que não existem, ou que existem (como Elon Musk ou Kendall Jenner, por exemplo).

Mas, para tornar ainda mais real o “boneco”, as empresas estão a contratar actores profissionais para criar “avatares expressivos que possam expressar emoções de forma realista dentro de ambientes virtuais”.

Esta parte entre aspas está mesmo num anúncio de emprego recente de uma empresa de IA, a Realeyes.

Os actores devem ser capazes de expressar de forma convincente uma ampla gama de emoções — coisas que os bots não podem fazer por si próprios, descreve o portal Quartz.

Como é que funciona? Os responsáveis da Realeyes analisam as respostas emocionais das pessoas quando estas assistem a vídeos curtos; depois, dão feedback sobre a eficácia do conteúdo.

Essa empresa inglesa trabalha com mais de 200 empresas ligadas a diversos serviços: impacto publicitário, redução de fraudes de identidade…

Este recrutamento procura actores profissionais que estarão num estúdio com três câmaras e um cenário verde. Lá vão demonstrar emoções verbais e não verbais, seguindo indicações da empresa. Também podem improvisar cenas breves.

São 2h de trabalho e quem for escolhido recebe 300 dólares (pouco mais de 280 euros).

Sim, são cerca de 140 euros por hora.

Por coincidência – ou não – estás gravações começaram no mês (Julho) em que começou a greve dos actores em Hollywood – e uma das preocupações é precisamente o impacto da IA.

Alguns actores estão preocupados com este método. Sobretudo actores secundários: receiam que a IA os substitua.

Até porque, num estúdio, houve actores que descobriram que as suas vozes, rostos, movimentos e expressões seriam usados para ajudar a treinar avatares virtuais para a Meta.

Mas a Realeyes assegura que, primeiro, este recrutamento nada tem a ver com a greve e, segundo, ninguém vai ser substituído.

A prioridade da empresa é “avaliar a eficácia da publicidade para os clientes — o que nada tem a ver com actores e com a indústria do entretenimento, a não ser para avaliar a reacção da audiência”.

ZAP //

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