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Abel ou Jesualdo? Depois de Jesus, outro português terá a Libertadores no palmarés

Jorge Jesus vai ter no sábado um sucessor português no palmarés da Taça Libertadores em futebol, que será Abel Ferreira, o líder do Palmeiras, ou Jesualdo Ferreira, o treinador que iniciou o percurso do Santos.

A terceira final 100% brasileira, marcada para o mítico Maracanã, terá, assim, qualquer que seja o resultado, o ‘selo’ luso, com um dos técnicos a suceder a Jesus, que em 2019 levou o Flamengo ao segundo cetro sul-americano.

Em 23 de novembro, no Peru, dois golos ‘tardios’ do ex-benfiquista Gabriel Barbosa, vulgo Gabigol, aos 89 e 90+2 minutos, selaram o segundo sucesso do ‘mengão’, 38 anos depois, em resposta ao tento inaugural do River Plate, então detentor do troféu, apontado pelo colombiano Rafael Santos Borré, aos 14.

Jesus foi o primeiro treinador luso a arrebatar a prova, em 60 edições (começou em 1960), mas, um ano volvido – mais, porque a pandemia da covid-19 adiou parte da edição 2020 para 2021 -, é certo que surgira um segundo.

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O impacto não será, ainda assim, igual para os dois, nem sequer muito parecido, pois Abel assumiu o comando do Palmeiras nos ‘oitavos’, cumprindo a fase decisiva da prova, num total de nove jogos — incluindo já a final -, enquanto Jesualdo apenas liderou o Santos nos dois primeiros jogos da fase de grupos.

Ainda assim, e em termos estatísticos, um sexto treinador português vai consagrar-se campeão continental de clubes, replicando Jorge Jesus e ainda Manuel José, em África, e Artur Jorge, José Mourinho e André Villas-Boas, na Europa.

Manuel José com o melhor Palmarés

Do quinteto que já triunfou, o que tem melhor palmarés é, indiscutivelmente, Manuel José, presentemente com 74 anos, que levou os levou os egípcios do Al-Ahly a quatro vitórias na ‘Champions’ africana.

Manuel José de Jesus Silva, nascido em 9 de abril de 1946, colecionou um total de 20 títulos pelo conjunto da cidade do Cairo, onde é considerado um ‘Deus‘, incluindo quatro vitórias na Liga dos Campeões da CAF, em 2001, 2005, 2006 e 2008.

Os sul-africanos do Mamelodi Sundowns (1-1 fora e 3-0 em casa), em 2001, os tunisinos do Étoile du Sahel (0-0 fora e 3-0 em casa), em 2005, e do CS Sfaxien (1-1 em casa e 1-0 fora), em 2006, e os camaroneses do Coton Sport (2-0 em casa e 2-2 fora), em 2008, foram as equipas derrotadas pelo Al-Ahly.

O técnico que em Portugal treinou, entre outros, o Benfica, o Sporting e o Boavista, ao serviço do qual conquistou uma Taça de Portugal (1991/92) e uma Supertaça (1992), ainda disputou uma quinta final, que perdeu, em 2007, num segundo duelo com o Étoile du Sahel (0-0 fora e 1-3 em casa).

Com quatro títulos de campeão africano, Manuel José está num lugar ímpar entre os treinadores portugueses, mas o pioneiro, o primeiro a vencer, foi Artur Jorge Braga de Melo Teixeira, vulgo Artur Jorge, o ‘rei’ Artur, agora com 74 anos.

Depois do húngaro Béla Guttmann ter conduzido o Benfica a duas vitórias na Taça dos Campeões Europeus, em 1960/61 e 1961/62, foi um português, um ex-jogador de Benfica e Académica, a dar o primeiro cetro europeu aos ‘dragões’, na temporada 1986/87.

Em Viena, um golo de calcanhar do mágico argelino Rabah Madjer e um tento do suplente brasileiro Juary, depois de Ludwig Kögl ter dado vantagem ao Bayern Munique, permitiram ao FC Porto bater os alemães por 2-1 e sagrar-se campeão da Europa.

Mourinho venceu na Europa

O segundo treinador luso a vencer a principal prova europeia de clubes também o conseguiu pelos ‘azuis e brancos’: foi José Mourinho, atual técnico do Tottenham, de 57 anos, já em plena ‘era Champions’, na época 2003/04.

Um ano após ganhar a Taça UEFA, Mourinho deu o segundo título europeu aos ‘dragões’, com um claro triunfo por 3-0 na final com o Mónaco, batido em Gelsenkirchen com tentos do brasileiro Carlos Alberto, do internacional luso Deco e do russo Alenichev.

Foi o primeiro de dois títulos europeus para ‘Mou’, que voltou a ganhar seis anos depois, em 2009/10, agora ao comando do Inter Milão, que, na final de Madrid, superou o Bayern Munique por 2-0, com um ‘bis’ do argentino Diego Milito.

O outro técnico luso que conta no palmarés com uma ‘Champions’ é André Villas-Boas, ex-adjunto de Mourinho, que, em 2011/12, começou a época no Chelsea, mas não a acabou, sendo despedido em 4 de março de 2012, a ‘meio’ dos oitavos de final.

O atual treinador do Marselha participou em sete jogos da campanha dos londrinos, que ganhariam já sob o comando do italiano Roberto Di Matteo, após uma final com o Bayern – já batido por Artur Jorge e Mourinho -, conquistada nos penáltis.

André Villas-Boas não tem em sua casa a medalha – como não teria se tivesse sido despedido na véspera da final e como não terá, provavelmente, Jesualdo Ferreira, se o Santos ganhar no sábado -, mas a realidade é que orientou o Chelsea em sete dos 13 jogos na edição 2011/12 da ‘Champions’. Também é campeão da Europa.

// Lusa

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