Um “abalo” na Alemanha: extrema-direita sobe muito, partidos do Governo tombam

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Leonhard Simon/EPA

Apoiante do AfD celebra resultados

A vitória foi para os conservadores e os três partidos que estão no Governo central foram claramente derrotados.

As eleições na Baviera e em Hesse, dois Estados centrais, “abalaram a política federal” da Alemanha, como avisa o jornal Handelsblatt.

A vitória foi para os conservadores, a extrema-direita conseguiu a maior subida e os três partidos que estão no Governo central foram claramente derrotados.

Os conservadores alemães (CSU/CDU) venceram neste domingo as eleições na Baviera e Hesse, sem maioria absoluta, enquanto o partido de extrema-direita AfD obteve fortes ganhos em ambos os estados e os partidos do governo sofreram um forte desaire.

De acordo com resultados provisórios cerca das 23:00 locais, que já não devem sofrer grandes alterações, na Baviera, cuja capital é Munique, a União Social-Cristã (CSU) venceu com 37%, um triunfo claro, mas ainda assim o seu pior resultado em mais de 70 anos (-0,2 pontos percentuais do que nas anteriores eleições de 2018), e deverá voltar em coligação com o partido populista Eleitores Livres (FW, na sigla em alemão, para ‘Freie Wähler’), que subiu para os 15,8% (+4,2%).

No Hesse, estado que alberga o centro financeiro do país, Frankfurt, a União Democrata-Cristã (CDU) conseguiu uma vitória bem mais convincente do que em 2018, ao alcançar os 34,6% (mais 7,6%), e deverá governar em coligação, pela terceira legislatura consecutiva, com os Verdes, apesar de este partido ter recuado 5 pontos face a 2018, ao quedar-se pelos 14,8%.

Um dos grandes vitoriosos da noite é o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que cresce 5,3% em Hesse e 4,4% na Baviera – em ambos os Estados os conservadores já haviam rejeitado qualquer possibilidade de aliança com esta força de extrema-direita.

No Hesse, o AfD atingiu os 18,4%, mais 5,3 pontos do que há cinco anos, e na Baviera alcançou 14,6%. Passa a ser a segunda força política no Hesse e terceira força política na Baviera.

Os partidos da coligação atualmente no poder sofreram pesadas derrotas, sobretudo os socialistas do SPD, do chanceler alemão Olaf Scholz, mas também os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), tendo este último ‘desaparecido’ mesmo de ambos os parlamentos regionais.

Na Baviera, o SPD queda-se pelos 8,4%, abaixo dos 9,7% de há cinco anos, os Verdes recuam para os 14,4% (face aos 17,6% das anteriores eleições), enquanto o FDP fica fora do parlamento regional, ao não atingir o limiar de 5% para eleger deputados, ficando-se pelos 3%.

No Hesse, onde tinha mesmo ambições de pôr fim à hegemonia da CDU, os socialistas do SPD obtiveram apenas 15,1% dos votos, contra 19,8% de há cinco anos, à frente dos Verdes (14,8%), enquanto o FDP conseguiu tangencialmente entrar no Parlamento com 5% dos votos.

As eleições eram consideradas um verdadeiro teste para ‘medir o pulso’ à realidade política alemã, num contexto de subida da extrema-direita e de impopularidade do Governo de coligação de centro-esquerda, já que os dois Estados que foram a votos representam, no seu conjunto, e praticamente um quarto da população da Alemanha e mais de um quarto da produção económica alemã.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Enquanto os políticos não perceberem que o politicamente correto já não engana o povo que quer ações sem preconceitos, a extrema direita irá aumentar e provavelmente governar mais países para alem de Itália.

  2. Sim, claro. Mas, só há esquerda e extrema-direita. Itália e Hungria são de direita, não são extrema-direita. E Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coreia do Norte, China…?

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