A notícia da morte do Rei Carlos III é manifestamente exagerada

Andy Rain / EPA

Rei Carlos III

A Embaixada Britânica na Rússia foi forçada a anunciar que o Rei Carlos II está “muito vivo”, depois de diversos meios de comunicação russos terem reportado a sua morte. “O Rei Carlos III morreu, e depois afinal não morreu”, escreve um dos jornais russos que deu a notícia.

O Palácio de Buckingham e as embaixadas britânicas foram esta segunda-feira forçadas a desmentir alegações russas de que o Rei Carlos III tinha morrido.

A notícia da morte de Carlos III surgiu depois de uma captura de ecrã de um falso anúncio de óbito do Palácio de Buckingham ter sido amplamente divulgada na Rússia, e de vários meios de comunicação proeminentes terem publicado a notícia.

A captura de ecrã mostra um documento com o selo do Palácio de Buckingham, onde pode ler-se apenas o texto “O seguinte anúncio é feito pela Royal Communications: O Rei morreu inesperadamente na tarde de ontem. Segunda-feira, 18 de Março de 2024“.

Alguns meios de comunicação russos publicaram também nos seus canais no Telegram uma imagem de uma bandeira do Reino Unido a meia haste — que foi, no entanto, tirada o ano passado no Consulado-Geral Britânico em Beyoğlu, Turquia, após a morte da Rainha Isabel.

 

Falsa captura de écra com o anúncio da morte do Rei Carlos III

“As notícias sobre a morte do Rei Carlos III da Grã-Bretanha são falsas“, escreveu o canal da embaixada britânica no Telegram. Também a Embaixada Britânica na Ucrânia emitiu uma mensagem semelhante, para desfazer qualquer confusão, reporta o Metro.

O incidente surge depois de os meios de comunicação e personalidades políticas britânicas e ocidentais terem nos últimos dias manifestado dúvidas generalizadas sobre a “vitória” de Vladimir Putin nas eleições presidenciais russas deste domingo.

Não é claro nesta altura se a máquina de propaganda russa está por trás da disseminação da captura de ecrã e da notícia falsa. No entanto, entre os meios de comunicação russos que divulgaram o falso anúncio do óbito encontram-se a agência estatal RIA Novosti, o Readkovka e o Mash – meios fortemente pró-Putin.

Esta manhã, o Mash anunciou num post no Telegram que “O Rei Carlos III da Grã-Bretanha faleceu, segundo informa o Palácio de Buckingham. O filho de Isabel II ascendeu ao trono há menos de um ano, a coroação ocorreu a 6 de maio de 2023. Tinha 75 anos”.

O jornal russo atualizou depois a informação, como uma nota na qual refere que “”a mensagem afinal revelou-se falsa“, acrescentando: ‘Recordemos que há alguns meses foi-lhe diagnosticado cancro“.

As agências estatais russas Ria Novosti e Tass divulgaram entretanto o desmentido oficial de Buckingham, com a nota: “Temos o prazer de confirmar que o Rei Carlos III continua a cumprir os seus deveres oficiais”.

Já esta tarde, também o Readkovka publicou um desmentido da notícia que tinha dado. “Os relatos sobre a morte do rei Carlos III da Grã-Bretanha revelaram-se falsos”, escreve o jornal.

Outros meios de comunicação apresentaram também confrangedoras correções às notícias publicadas. O Novy Prospekt, jornal independente de São Petersburgo, publicou em manchete: “O Rei Carlos III morreu, e depois afinal não morreu“.

Segundo o portal independente Meduza, os meios de comunicação que reportaram a morte do rei britânico terão citado “um comunicado falso do Palácio de Buckingham, que terá sido fornecido, em privado, pelo canal do BAZA no Telegram — e que não está presente no website ou nas redes sociais da família real”.

Esta é a mais recente notícia falsa a afetar a família real, que continua a combater rumores sobre a recuperação da Princesa de Gales, Kate Middleton após a cirurgia abdominal a que foi sujeita.

“Não são apenas os rumores que preenchem o silêncio, mas também o medo. Com o diagnóstico de cancro do Rei Carlos, este é um momento de ansiedade para quem se preocupa com a monarquia”, escreveu no início deste mês a jornalista britânica Nicole Lampert na sua coluna no jornal Metro.

Mas para já, como diria Mark Twain, a notícia da morte do Rei Carlos III é manifestamente exagerada.

ZAP //

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