A Microsoft investiu demasiado em IA, em especial em datacenters e infraestruturas para chips, e retoma agora um ritmo mais normal. É natural que assim seja, garantem os especialistas.
Na passada terça-feira, Noelle Walsh, diretora da Microsoft Cloud Operations, disse que a gigante tecnológica “pode ajustar estrategicamente a velocidade dos planos” no que toca a IA.
De facto, segundo explica a Business Insider, a multinational americana, que até agora teme estado na vanguarda da inteligência artificial, abandonou mais de 2 gigawatts de capacidade de nuvem de IA nos EUA e na Europa no último meio ano.
A Microsoft também tem adiado e e cancelado os alugueres de datacenters existentes nos EUA e na Europa, e quem o diz é o analista Michael Elias, da TD Cowen.
“No entanto, continuamos a acreditar que os cancelamentos e adiamentos de arrendamento de capacidade apontam para um excesso de oferta de datacenters relativamente à sua atual previsão de procura”, diz o analista.
Este desaceleramento poderia preocupar os investidores que dependem em milhões dos avanços da IA, mas o analista do Barclays, Raimo Lenschow, diz que há um contexto para tudo isto, e não deve haver motivo para alarmismo.
Isto porque o investimento massivo inicial traduz-se na obtenção de terrenos e edifícios para alojar todos os chips e outros equipamentos informáticos necessários. Agora, a Microsoft “gastou demasiado” em terrenos e edifícios, e “está agora a voltar a uma cadência mais normal”, explica o analista, garantindo que é natural que assim seja.
A Business Insider relembra ainda que a Microsoft continua a planear 80 mil milhões de dólares em despesas de capital durante o seu ano fiscal de 2025. Não se tratará, portanto, de um recuo, mas sim de recalibrar a situação.
A Microsoft está provavelmente a ajustar-se à dinâmica do mercado em mudança, asseguram os especialistas. Ainda assim, mantém-se focados nas próximas jogadas.