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“A linguagem tem de ser clara e positiva”. Há falta de literacia em saúde, em Portugal

É publicado hoje um manual que vai ajudar a combater a falta de literacia em saúde em Portugal.

De acordo com o Diário de Notícias, estima-se que metade dos portugueses tenham baixa literacia em Saúde.

Ao matutino, a presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) explicou a dimensão do problema: “cinco a seis milhões de pessoas não conseguem compreender nem aceder da melhor forma aos recursos de saúde, tomando decisões pouco acertadas“.

Cristina Vaz de Almeida alertou ainda que “a falta de literacia leva a mais hospitalizações, a mais mortes prematuras e a mais gastos de recursos. Isto está provado com evidência científica”.

O Manual de Literacia em Saúde é uma iniciativa da SPLS e tem como objetivo ajudar os cidadãos e os especialistas /profissionais de saúde.

Participaram na publicação “mais de 40 autores: uns médicos, outros enfermeiros, terapeutas, investigadores, analistas de dados, higienistas orais, etc., com competências em literacia em saúde”, revela Cristina Vaz de Almeida, ao DN.

Entre os 40 autores, estão os nomes de Graça Freitas e Francisco George – atual diretora-geral e ex-diretor-geral da saúde, respetivamente.

O livro está dividido em duas partes: uma para os cidadãos; e outra para quem faz parte das organizações e sistemas de saúde.

O cidadão comum poderá, assim, melhorar a prevenção e a promoção da sua saúde

Por outro lado, os especialistas poderão adquirir competências, principalmente, ao nível da comunicação: “um dos instrumentos chave para a literacia é a comunicação. E esta tem de ser melhorada entre profissionais e doentes e entre organizações. A linguagem tem de ser assertiva, clara e positiva“.

Cristina Vaz de Almeida considera que, muitas vezes, a linguagem usada com o doente é a de “jargão técnico e complexo, que o doente não compreende e que faz com que, depois, não tome as melhores decisões em Saúde, porque não compreendeu o que lhe foi transmitido”.

“Para termos mais literacia em Saúde é preciso que as competências comecem a ser ensinadas na academia, na formação básica, e de uma forma muito simples. Por exemplo, começando pelo ensino e pelo uso de uma linguagem clara para o doente”, sublinhou.

A presidente da SPLS disse ao DN que considera fundamental as organizações e o próprio sistema perceberem que têm de se unir para trabalhar esta questão, de forma transversal e efetiva.

Quanto ao conteúdo do manual, Cristina Vaz de Almeida garante que os projetos são diversificados e fundamentados cientificamente.

“Vão desde modelos de boas práticas na comunidade, quer para a área da medicação, da saúde mental, da saúde da mulher e das crianças, aos modelos de boas práticas para as organizações, quer hospitais ou outras unidades, e como estas podem implementar e potenciar a literacia em saúde”.

O lançamento agendado para hoje à tarde, no Infarmed, em Lisboa.

ZAP //

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