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A honestidade parece ser a característica que os cidadãos mais valorizam nos seus líderes políticos

Estudo britânico conclui que os cidadãos preferem um líder honesto a um que quebre as regras, mesmo que com o propósito de cumprir com as suas políticas. 

Nas semanas que antecederam a ida dos portugueses às urnas para eleger os 230 deputados que ao longo dos próximos quatro anos – nas circunstâncias normais – estarão na Assembleia da República, foram muitas as sondagens feitas pelas empresas de sondagens, precisamente, com o objetivo de antecipar qual o potencial partido vencedor. Para além deste tópico, muitos estudos de opinião tentavam também descobrir qual a avaliação que os cidadãos fazem dos líderes partidários, partindo das suas características pessoais.

Qual delas a mais importante, não se sabe ao certo, mas um estudo britânico, feito no contexto da daquele território – cujo principal governo também tem estado envolvido em polémicas – aponta a honestidade como característica mais importante que um político deve ter, seguindo da capacidade de reconhecer quando erra, a eficácia – na concretizaram das tarefas -, ou ser inspirador. No entanto, algumas destas características podem não ser conciliatórias.

Por exemplo, quando foi pedido aos inquiridos que “imaginassem um futuro primeiro-ministro que tivesse de escolher entre agir de forma honesta ou aplicar políticas que a maioria das pessoas querem”, 71% destes escolheu a honestidade e apenas 16% o cumprimento das medidas. Já quando confrontados com as ideias “uma democracia saudável exige que os políticos ajam de acordo com as regras” ou “uma democracia saudável significa implementar as reformas e políticas necessárias, mesmo que isso implique quebrar as regras, 75% dos inquiridos optou pela primeira ideia e apenas 6% a segunda.

Para além desta preferência, os inquéritos que basearam o estudo também sugerem que os indivíduos não veem com bons olhos que muito poder esteja concentrado nas mãos de um primeiro-ministro e do seu respetivo governo. Em vez disso, muitos apontam para um reforço do parlamento – por exemplo, e mais uma vez à luz do contexto britânico, 45% dos participantes diz que os deputados devem ser capazes de decidir que temas são debatidos na Casa dos Comuns, ao passo que 30% diz que esta é uma tarefa que deveria ser responsabilidade do primeiro-ministro ou do governo.

Num resultado surpreendente, tal como nota o site The Conversation, a maioria dos inquiridos também quer que os juízes tenham algo a dizer no exercício de funções dos deputados. Perante a premissa “imagine uma disputa sobre se o governo tem autoridade legal para decidir sobre um assunto em concreto ou se precisa da aprovação do parlamento” e como é que esta deve ser decidida, 51% dos inquiridos explicou que esta deve ser feita por juízes e apenas 27% por ministros ou deputados. Sobre a participação dos juízes na avaliação da legalidade de uma nova norma, as posições dos inquiridos vão se alternando consoante o tópico em questão.

Uma grande maioria também entende que os funcionários públicos devem ser “neutros e empregados permanentes do governo”, ou seja, não devem ser “nomeados pelo governo em funções”. Mais: também a maioria entende que um cidadão que tenha dito, numa ocasião anterior, que a BBC deve ser “neutra na sua cobertura noticiosa” está habilitado para um cargo na estação pública de televisão britânica, mas caso tenha dito que a cobertura deve ser menos crítica do governo já não reuniria condições para integrar a rede.

ZAP //

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