O destino do Sol revelado pela beleza extraordinária da morte da Nebulosa do Anel

ESA

A nova imagem da Nebulosa do Anel, capturada pela NIRCam do Telescópio James Webb

A nova imagem da Nebulosa do Anel, capturada pela NIRCam do Telescópio James Webb

Nebulosa esculpe elaborados desenhos, projetando só para nós um anel preenchido por luz. O seu leito da morte representa algo semelhante ao que nunca iremos ver — a morte do nosso Sol.

O Telescópio Espacial James Webb acaba de nos proporcionar uma visão deslumbrante da Messier 57, mais conhecida como Nebulosa do Anel.

A nova imagem partilhada pela NASA e ESA mostra os destroços luminosos da estrela moribunda em detalhes nunca antes vistos. São imagens que nos dizem muito: o leito da morte que vemos na Nebulosa do Anel representa algo semelhante ao que nunca iremos ver — a morte do nosso Sol.

As impressionantes novas capturas identificaram, segundo o Science Alert, o centro da Nebulosa do Anel, a aproximadamente 2750 anos-luz de distância, onde mora uma anã branca com cerca de 60% da massa do Sol.

Densa e poeirenta, a camada externa da nebulosa esculpe elaborados desenhos à medida que interage com o meio interestelar circundante, projetando só para nós um anel preenchido por luz.

“Estamos a testemunhar os capítulos finais da vida de uma estrela, semelhante a uma pré-visualização do distante futuro do Sol. As observações do JWST deram-nos uma nova perspetiva sobre estes fenómenos cósmicos, permitindo-nos aprofundar as complexidades da morte estelar”, afirmou o astrofísico e co-líder do Projeto Nebulosa do Anel, Mike Barlow da Universidade de Londres, que considera a estrela moribunda “um valioso laboratório para estudar a formação e progressão das nebulosas planetárias.”

À medida que estrelas semelhantes ao Sol se aproximam do fim, a fusão que as alimenta começa a enfraquecer, levando-as a ejetar os seus materiais externos. Este processo resulta no colapso do núcleo e transforma a pobre estrela numa anã branca, devido à força gravitacional e à ausência da pressão externa da fusão — e o Sol não se safa do mesmo destino.

Enquanto a região central brilha com um gás quente e rarefeito, os anéis concêntricos da estrela podem ser o resultado de interações com um contraparte binário.

Anel ou bola de futebol?

A Nebulosa do Anel mora na constelação de Lyra e tem aproximadamente um ano-luz de diâmetro.

O famoso anel que lhe dá nome é uma ilusão que só é vista da nossa perspetiva, uma vez que a sua verdadeira forma é mais parecida com uma bola de futebol do que propriamente com um adorno para dedos.

A sua beleza incontornável e localização acessível fazem da nebulosa uma “favorita” dos astrónomos.

Tomás Guimarães, ZAP //

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