A Austrália tem um plano para travar a China

(dr) Marinha Real Britânica

Ilha Henderson, no Oceano Pacífico

Os países insulares do Pacífico apoiaram esta terça-feira um plano financiado pela Austrália para melhorar a formação policial e criar uma unidade regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da área.

A Austrália tem o apoio das ilhas do Oceano Pacífico para implementar um plano que visa travar a China.

A iniciativa, com um orçamento de cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de euros) contribuídos pela Austrália ao longo dos próximos cinco anos, quer melhorar a capacidade das Nações do Pacífico para reforçarem “a segurança interna e apoiarem-se mutuamente em momentos de necessidade”.

“Esta iniciativa é uma continuação da histórica cooperação policial dos países do Pacífico para manter a paz e a segurança regional e apoiar-se mutuamente em momentos de necessidade”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.

Aprovada por unanimidade durante a reunião dos líderes políticos do Fórum das Ilhas do Pacífico, que está a decorrer em Tonga, a iniciativa irá estabelecer até quatro centros regionais de formação policial no Pacífico e um centro de coordenação na cidade australiana de Brisbane.

De acordo com o comunicado do Governo australiano, o programa criará ainda uma força policial multinacional que poderá ser enviada para os países da região em caso de “grandes acontecimentos ou momentos de crise”.

A Austrália, que juntamente com os Estados Unidos tem historicamente sido a principal influência sobre as nações do Pacífico, tem voltado a sua atenção para a região desde o pacto misterioso de segurança assinado em 2022 entre a China e as Ilhas Salomão.

Depois desse acordo – cujos termos nunca chegaram a ser revelados – a região do Pacífico voltou a atrair a atenção dos EUA, Austrália, Nova Zelândia e outros aliados.

A China mantém uma presença policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.

Semanas antes da reunião em Tonga, os líderes das Fiji, Vanuatu e Ilhas Salomão deslocaram-se a Pequim, onde destacaram a cooperação com a China e a capacidade do gigante asiático para prestar assistência ao desenvolvimento e os seus objetivos de segurança.

A Austrália tem criticado os pactos de segurança entre Pequim e os seus vizinhos insulares do Pacífico e sublinhou que os agentes da polícia chinesa não devem ter “qualquer papel” na segurança das nações do Pacífico.

O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu, enquanto Kiribati anunciou a saída da organização.

ZAP // Lusa

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