Rússia “vai tomar medidas” após convite da NATO a Montenegro

Allied Joint Force Command Brunssum / Flickr

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) decidiram esta quarta-feira convidar oficialmente Montenegro a entrar na aliança militar.

Montenegro manifestou a sua intenção da aderir à NATO em 2006, ano em que se separou da Sérvia, tendo três anos depois sido convidado para entrar no plano de ação para a adesão, o que constitui o primeiro passo antes de dar início às negociações. O convite agora feito marca o início do processo de negociações para que o país se torne o 29º membro da organização.

Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, já veio afirmar que a Rússia irá tomar “medidas de resposta” ao convite feito pela NATO a Montenegro.

“Moscovo sempre disse que a expansão da NATO e das suas estruturas militares para o Leste da Europa não pode ficar sem resposta do próprio Leste, sobretudo da Rússia, no que diz respeito à garantir a segurança e a paridade de interesses”, alertou o representante.

A Rússia já tinha declarado há uma semana que não via com bons olhos a adesão do Estado da ex-Jugoslávia à NATO, que encara como “uma provocação“. “Este género de iniciativa é portadora de um grande potencial de confronto”, declarou a porta-voz da diplomacia russa, citado pelo Público.

Montenegro, ex-território que integrava a antiga Jugoslávia, é um dos vários países do leste europeu candidatos à entrada na NATO, tal como a Bósnia-Herzegovina, Macedónia e Geórgia.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros montenegrino, Igor Luksic, comentou em Bruxelas o “orgulho” do país pelo convite da NATO.

“O convite a Montenegro é também uma excelente notícia para o resto dos Balcãs e para o reforço da segurança e da estabilidade na região”, sublinhou Luksic, citado pela agência de notícias montenegrina Mina.

O representante prometeu continuar com as reformas e com a luta contra a corrupção em Montenegro.

“Conseguimos convencê-los que Montenegro está totalmente dedicado às reformas. Continuaremos com a mesma intensidade a luta contra a corrupção e contra o crime organizado e vamos melhorar ainda mais o setor da Defesa”, garantiu Luksic.

ZAP