Queen's University Belfast
Cientistas do Reino Unido criaram um líquido poroso com potencial para uma enorme gama de novas tecnologias, incluindo a “captura de carbono”.
O novo líquido pode dissolver quantidades invulgarmente grandes de gás, que são absorvidas nos “buracos” da substância.
Os resultados da pesquisa, desenvolvida por cientistas da Queen’s University Belfast (Irlanda do Norte) em conjunto com investigadores da Universidade de Liverpool (Inglaterra), foram publicados na revista Nature.
De acordo com Stuart James, da Escola de Engenharia Química e de Química da Queen’s University, os materiais que contêm buracos permanentes, ou poros, são tecnologicamente importantes.
“Eles são usados para a fabricação de uma ampla gama de produtos, desde garrafas de plástico a combustíveis. No entanto, até recentemente, esses materiais porosos têm sido somente sólidos. O que fizemos foi conceber um líquido especial”, descreve o investigador.
As moléculas que compõem esse líquido foram projetadas para que ele não pudesse encher todo o espaço no qual se encontra, criando “vazios”. Em seguida, os investigadores fizerem testes e confirmaram que o líquido poroso era capaz de dissolver enormes quantidades de gás.
Aplicações importantes
As primeiras experiências apontam para aplicações interessantes a longo prazo.
O projeto de investigação de três anos pode pavimentar o caminho para processos químicos muito mais eficientes e amigos do ambiente, incluindo o procedimento conhecido como captura de carbono – a captura de dióxido de carbono a partir de grandes fontes – por exemplo, uma central de energia de combustíveis fósseis – para armazená-lo e evitar a sua entrada na atmosfera.
Stuart James explica que “mais estudos são necessários, mas se pudermos encontrar aplicações para estes líquidos porosos estes poderiam resultar em processos químicos novos ou melhorados”.
“No mínimo, conseguimos demonstrar um princípio muito novo – que, através da criação de buracos em líquidos, pode-se aumentar drasticamente a quantidade de gás que ele pode dissolver“, conclui o investigador.
Já existe há muito tempo um mecanismo de captura de carbono extremamente eficiente e ecológico.
Em vez de tentar reinventar a roda, plantem-se árvores e promova-se a cobertura de solo e a formação de húmus.