O homem que estava desaparecido desde a tarde de domingo em Areias de Boliqueime, freguesia do concelho de Loulé, no Algarve, foi encontrado esta segunda-feira sem vida.
A região do Algarve foi fustigada domingo por chuvas intensas que provocaram inundações em vários concelhos, nomeadamente em Loulé, Albufeira, Portimão, Olhão e Silves.
De acordo com um porta-voz do comando distrital da GNR de Faro, o cádaver do homem desaparecido domingo na enxurrada que se seguiu às fortes chuvas que assolaram o Algarve – “um homem idoso que não voltou após ter saído de casa para fazer compras, encontrando-se incontactável” – foi encontrado hoje cerca das 9h30, a cerca de 100 metros do local onde foi encontrado o seu carro.
A viatura, submersa e sem ninguém no interior, tinha sido encontrada com um dos vidros partido, “desconhecendo-se se por força das águas ou de uma tentativa do ocupante de abandonar a mesma”.
As buscas para encontrar o homem dado como desaparecido foram retomadas hoje pelas 8h55 com uma equipa do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR especializada neste tipo de ocorrências, disse à Lusa o comandante dos Bombeiros de Loulé, Irlandino Santos.
“Foi um binómio homem-cão que chegou até ao cadáver, não tendo sido acionados os mergulhadores que estavam no local prontos para intervir”, adiantou a fonte da GNR de Faro.
Albufeira admite condições para pedido de calamidade pública
O vice-presidente da Câmara de Albufeira admitiu que podem estar reunidas as condições para fazer um pedido de calamidade pública, após dezenas de lojas na baixa terem ficado destruídas pelas inundações de domingo.
“Eventualmente, pela dimensão dos estragos causados pela chuva, podem estar reunidas as condições para fazer um pedido de declaração de calamidade pública”, disse à agência Lusa o vice-presidente da autarquia, José Carlos Rolo.
O autarca frisou, contudo, que ainda não foi feito o levantamento total dos estragos causados pela chuva intensa que inundou dezenas de estabelecimentos na baixa de Albufeira, situação “ainda vai ser avaliada de forma criteriosa e objetiva”.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Victor Guerreiro, salientou que a situação provoca um duplo prejuízo aos comerciantes, já que durante um período indeterminado de tempo estarão impedidos de realizar receita.
“Além do prejuízo direto causado pelas cheias, os comerciantes ainda têm que limpar, fazer obras e comprar novas máquinas, o que implica um tempo de fecho e de inoperacionalidade que vai impedir a recuperação de receita”, afirmou.
Segundo o responsável, os seguros nem sempre cobrem todos os estragos, pelo que a associação vai tentar obter apoios públicos para que os comerciante possam fazer face aos prejuízos.
“O que aconteceu é impressionante e, sem dúvida, ruinoso para os comerciantes”, lamentou, lembrando, no entanto, que esta não é a primeira vez que a baixa de Albufeira sofre com as intempéries.
Um dos casos mais problemáticos deu-se em Albufeira, onde a Proteção Civil teve que retirar pessoas de habitações e estabelecimentos comerciais inundados.
As cheias provocaram também um número indeterminado de desalojados em Albufeira.
/Lusa