Os dinossauros afinal tinham sangue quente

Os dinossauros eram mais parecidos com os mamíferos do que com os répteis e tinham o sangue quente, conclui um novo estudo que rebate uma tese anterior de que os dinossauros teriam uma fisiologia especial.

Em 2014, um estudo liderado por John Grady da Universidade do Novo México, nos EUA, concluiu que os dinossauros não eram endotérmicos (de sangue quente) nem ectotérmicos (de sangue frio), mas tinham antes uma fisiologia intermédia que se denominou de “mesotérmica“.

Esta tese é agora desmentida pelo paleontólogo Michael D’Emic, da Universidade Stony Brook, em Nova Iorque, que considera que os dinossauros tinham o sangue quente.

“O estudo anterior desvalorizou as taxas de crescimento dos dinossauros, falhando na consideração do seu crescimento desigual. Como a maioria dos animais, os dinossauros pausavam ou abrandavam o seu crescimento anualmente, como revelam os anéis nos seus ossos análogos aos anéis das árvores”, explica Michael D’Emic na revista Science, citado pelo SciNews.com.

Outro aspecto que o paleontologista considera ter sido mal avaliado no estudo anterior é o facto de os dinossauros deverem ser “analisados estatisticamente dentro do mesmo grupo dos pássaros vivos“, que também têm sangue quente, e considerando que as aves descendem dos dinossauros do Mesozóico.

“Separar o que pensamos comummente como ‘um dinossauro’ dos pássaros numa análise estatística é, geralmente, inapropriado, porque os pássaros são dinossauros – são simplesmente os dinossauros que não foram extintos. Analisar os dados com os pássaros como dinossauros dá mais apoio à ideia de que os dinossauros tinham sangue quente e não pertenciam a uma categoria metabólica especial intermédia”, acrescenta o paleontólogo, especializado em micro-anatomia do osso.

ZAP

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