Manifestações pró-Palestina em Madrid bloqueiam estradas e cancelam última etapa da Vuelta

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Daniel Gonzalez / EPA / EFE

Mais de 100.000 manifestantes pró-palestinianos invadiram Madrid, obrigando os organizadores a cancelar a última etapa da Volta a Espanha, que se realizava em Madrid, disse o Governo espanhol. João Almeida conquistou 2.º lugar.

“Havia mais de 100. 000 pessoas”, disse uma porta-voz da representação do governo central da região de Madrid, acrescentando que dois manifestantes foram detidos, na sequência de incidentes que obrigaram a cancelar a 21.ª etapa da Volta a Espanha em bicicleta, que terminava em Madrid esta segunda feira.

A capital espanhola foi invadida por manifestantes pró-Palestina, num protesto em que ficaram feridos 22 polícias atingidos com objetos e com o derrube das baias de proteção do recinto desportivo.

A etapa, que chegaria à praça Cibeles, foi interrompida a 56 quilómetros da meta devido à invasão das ruas por manifestantes solidários com a causa palestiniana, a denunciar “o genocídio” de Israel na Faixa de Gaza e manifestando-se contra a participação da Israel-Premier Tech na corrida.

Embora o dispositivo de segurança na capital espanhola, composto por 1.100 agentes e 400 guardas civis, fosse o maior de sempre num evento desportivo e o maior desde a cimeira da NATO, em 2022, não foi possível travar os manifestantes.

Ficou sem pódio o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), campeão da Vuelta, assim como o segundo classificado, o português João Almeida (UAE Emirates), no melhor resultado da carreira em grandes Voltas — num pódio improvisado construído com geladeiras.

O Governo espanhol e a organização da prova sugeriram à equipa israelita que se retirasse da Vuelta, mas esta recusou por considerar que ia abrir um “precedente perigoso”.

A União Ciclista Internacional (UCI), que em 2021 baniu equipas russas e ‘retirou’ a bandeira dos ciclistas daquela nacionalidade, condenou os incidentes, sem tomar qualquer decisão.

A Vuelta ficou, assim, marcada por constantes alterações ao percurso, uma etapa cancelada, outra sem vencedor, e uma outra com uma meta improvisada, culminando nos incidentes de hoje.

Tensão política agrava-se

O sucedido gerou uma onda de contestação política, com o deputado conservador Alberto Feijóo a acusar o governo de Pedro Sánchez de “incentivar distúrbios”.

Isto porque o governo espanhol considerou, de acordo com a RTVE, que as mobilizações pró-Palestina são um “exemplo de dignidade”.

Sánchez defendeu ainda o dispositivo policial que foi ativado para a ocasião. O ministro da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska, parabenizou também as Forças e Corpos de Segurança do Estado pelo “trabalho realizado” numa “situação extremamente complexa”.

Ontem vi realmente a imagem de uma sociedade comprometida com a paz no mundo e vi a imagem de forças e corpos de segurança do Estado absolutamente profissionais, que são a inveja de qualquer Estado democrático”, apontou.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Não tenho pena nenhuma…. Espero que interrompam um dos países mais pro-Hamas e pro-palestina da Europa. Pode ser que abram os olhos

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