Rússia e Bielorrússia em exercício conjunto Sapad 2025. Em 2021 foi treino para invasão da Ucrânia

Ministério da Defesa da Rússia

Estão previstos exercícios perto da fronteira com a Polónia – dias depois dos alegados drones. É uma “sombra” sobre a Europa.

O Sapad 2021 serviu de preparação para o ataque da Rússia à Ucrânia em 2022. Nessa altura, em 2021, cerca de 200.000 soldados russos participaram no exercício, nas zonas mais ocidentais da Rússia e na Bielorrússia. Em Fevereiro de 2022, ficaram na Bielorrússia e invadiram a Ucrânia.

Quatro anos depois, surge o Sapad 2025: a Rússia e a Bielorrússia iniciaram nesta sexta-feira um exercício militar conjunto de grande escala.

Oficialmente, o Kremlin justifica este exercício como uma demonstração da unidade e da força destas “nações fraternas”. Já o ministro da Defesa da Bielorrússia, Viktor Khrenin, diz que querem estar “prontos para reagir a ataques inimigos”.

Oficialmente, o exercício envolve 13.000 soldados – mas poderão ser 150.000. Alguns milhares estarão na Bielorrússia. E alguns militares serão de outros países aliados da Rússia: Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

Entre vários exercícios “práticos” em terra e mar – versão oficial do exército russo – a manobra também deverá servir para testar o míssil de médio alcance Oreshnik, que pode transportar ogivas nucleares, detalha o Die Zeit.

“Sapad” quer dizer “Ocidente”. E este exercício é uma “sombra sobre a Europa”, descreve o Militar Aktuell. Até porque, para russos e bielorrussos, este exercício serve para aplicar o conceito de “o ataque é a melhor defesa”.

O exercício, apesar de estar planeado há muito tempo, começa apenas dois dias após o abate de alegados drones russos sobre a Polónia.

Polónia, Lituânia e Letónia – todos membros da NATO – estão particularmente atentos porque os exercícios são realizados perto das fronteiras com a Rússia. Os três países reforçaram as suas medidas de segurança e apertaram o tráfego aéreo em algumas áreas.

A fronteira entre Polónia e Bielorrússia está totalmente encerrada.

E também há receios, sugeriu Donald Tusk (primeiro-ministro da Polónia), sobre Kaliningrado, território da Rússia que fica entre a Polónia e a Lituânia.

Com foco ainda maior no corredor de Suwałki, um estreito corredor entre Bielorrússia e Kaliningrado que também deve ser palco dos exercícios.

Em caso de guerra, o isolamento desse corredor de quase 100 quilómetros causaria grandes problemas aos países bálticos Estónia, Letónia e Lituânia. Todos da União Europeia, todos membros da NATO

É um “disparate” ter medo, reagiu Aleksandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia.

ZAP //

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