Os alvos preferidos dos mosquitos são adeptos de cerveja que fizeram sexo recentemente

Uma nova pesquisa concluiu que os mosquitos se sentem mais atraídos por quem bebe cerveja e teve relações sexuais na noite anterior. Pelo lado contrário, usar protetor solar parece servir como repelente para os insetos.

Um novo estudo da Universidade Radboud de Nijmegen sugere que os mosquitos podem ser mais atraídos por pessoas que consomem álcool e que tiveram relações sexuais recentemente.

Apesar de ainda estar em revisão por pares, a investigação lança luz sobre fatores que podem influenciar quem se torna o alvo preferencial de um mosquito. Estes insetos estão longe de ser um mero incómodo e são inclusive os animais mais mortíferos da Terra, responsáveis ​​pela transmissão de doenças como a malária, a dengue, o zika e o vírus do Nilo Ocidental. A Organização Mundial de Saúde estima que contribuam para cerca de 2,7 milhões de mortes anualmente.

Os investigadores liderados pelo biólogo Felix Hol quiseram investigar como o estilo de vida e os sinais biológicos afetam a atração dos mosquitos. Em vez de um ambiente de laboratório tradicional, a equipa conduziu o chamado “Mosquito Magnet Trial” no Lowlands, um festival de música ao ar livre de três dias realizado a leste de Amesterdão em 2023, explica o Popular Science.

Dentro de um laboratório temporário construído com contentores, cerca de 500 participantes do festival voluntariaram-se para responder a perguntas sobre a sua higiene, dieta e hábitos recentes. Em seguida, colocaram os braços em gaiolas especialmente concebidas que tinham mosquitos. As jaulas foram construídas para permitir que os insetos sentissem o cheiro dos participantes, mas não os picassem.

Os resultados mostraram um padrão notável: aqueles que relataram ter bebido cerveja e tido relações sexuais na noite anterior eram cerca de 1,35 vezes mais atraentes para os mosquitos do que os outros participantes. Em contraste, a pele recém-lavada ou a aplicação de protetor solar pareceram reduzir a atração. Os resultados sugerem que a química corporal alterada pelo álcool e pela atividade física pode tornar as pessoas mais atraentes para os insetos.

O estudo, considerado o maior do género, baseia-se em pesquisas existentes que já relacionavam o comportamento dos mosquitos com a expiração de dióxido de carbono e com vários sinais olfativos. Ao testar os participantes num ambiente de festival naturalista, embora pouco controlado, os investigadores procuraram captar uma imagem mais realista das interações entre humanos e mosquitos.

No entanto, os autores reconheceram limitações, incluindo o potencial enviesamento do grupo amostral e a falta de controlos rigorosos em laboratório.

Ainda assim, as descobertas podem ter implicações práticas. Evitar o consumo excessivo de álcool e aplicar protetor solar regularmente pode ajudar a reduzir as picadas de mosquitos, para além dos seus conhecidos benefícios para a saúde. Como os investigadores gracejaram no seu relatório, os mosquitos parecem “ter um gosto pelos hedonistas entre nós“.

ZAP //

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