Onde em Alcoutim há 4 pessoas, na Amadora cabem 7637. O retrato de um país envelhecido

A precisamente um mês das eleições autárquicas, a Pordata fez um retrato de cada município, para ajudar os cidadãos a informarem-se melhor sobre o sítio onde vivem. Eis alguns dos paralelismos que a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos estabeleceu.

A Pordata divulgou, esta sexta-feira, um retrato de um país a envelhecer.

Vinhais (Bragança) é o concelho mais envelhecido, com 46,3% da população com 65 ou mais anos, quase o dobro da média nacional (24,3%).

A Ribeira Grande, nos Açores, por outro lado, é o concelho mais jovem, com 143 jovens por cada 100 idosos, enquanto o Montijo é o que apresenta a maior vitalidade demográfica, com 85 jovens por cada 100 idosos.

Oleiros (Castelo Branco), por seu turno, foi o município que mais reduziu o índice de envelhecimento entre 2021 e 2024, embora continue a estar entre os mais envelhecidos do país. No total dos 53 municípios em que houve redução do índice de envelhecimento, 25 são do Alentejo.

Por falar em Alentejo, Odemira (Beja) é o maior município português, com 1.720,6 km2; enquanto São João da Madeira (Aveiro) é o mais pequeno (7,94 km2).

Alcoutim, no distrito de Faro, mantém-se como o concelho com menor densidade populacional do país, com 4 residentes por quilómetro quadrado (km2). No mesmo espaço, na Amadora, residem 7637 pessoas.

“A Amadora é o município com mais casas de habitação por km2, com 3.643 casas”, indicam ainda os dados.

Já o concelho de Lagoa, na ilha de São Miguel (Açores), “é o município onde se construíram mais casas novas no triénio 2022-2024, em percentagem face às existentes: 238″.

Lisboa continua a ser o município mais populoso, com 575.739 habitantes em 2024, mais 30.569 do que em 2021, representando um crescimento de 5,6% acima da média nacional, seguido por Sintra (400.947 residentes) e Vila Nova de Gaia (Porto), com 312.984.

No ranking dos crescimentos relativos, Óbidos (Leiria) teve o maior crescimento de população face ao último ciclo autárquico (2021), com uma subida de 10,5%, passando de 12.410 para 13.720 habitantes.

Barrancos (Beja) apresentou a maior quebra proporcional, com menos 5,5% de população, caindo de 1498 para 1415 habitantes.

Viver em Grândola ficou mais barato

Lisboa tem o preço mediano da habitação, por metro quadrado, mais alto em Portugal. Celorico da Beira (distrito da Guarda) tem o mais baixo.

“Lisboa é o município com o mais alto valor mediano por m2, na avaliação bancária, com 3826 euros em 2024, o que representa um crescimento de quase 23% face a 2021 [o valor era de 3113 euros] (…) Celorico da Beira é o município com o valor mediano do m2 das casas mais baixo, na avaliação bancária: 574 euros”.

Ponta do Sol, na Região Autónoma da Madeira, é “o município com o maior crescimento no valor mediano do m2 das casas, na avaliação bancária, passando de 1118 euros em 2021 para 1861 euros em 2024, um crescimento de 66.4%”.

Entre 2021 e 2024, entre os cinco municípios com maior taxa de variação no valor mediano da avaliação das casas, encontram-se três municípios madeirenses: Ponta do Sol, Ribeira Brava e Santa Cruz.

Completam os cinco primeiros o concelho de Constância (distrito de Santarém), com uma taxa de variação de 61,3%, tendo passado de 651 euros para 1050 euros por metro quadrado, e, de regresso à Madeira, Santa Cruz, com uma taxa de variação de 59,8%, passando de 1127 euros para 1801 euros por metro quadrado.

Em sentido contrário, a taxa de variação foi negativa em 2,5% em Grândola (distrito de Setúbal), tendo o preço mediano da avaliação descido de 2143 euros para 2090 euros por metro quadrado.

Já em terreno positivo, mas com a menor subida, estão Idanha-a-Nova (distrito de Castelo Branco), com uma taxa de variação de 0,5% (582 euros para 585 euros por metro quadrado), Vouzela (distrito de Viseu), com 6,9% (696 euros para 744 euros), Campo Maior (distrito de Portalegre), com 7,3% (768 euros para 824 euros) e Velas (ilha de São Jorge, na Região Autónoma dos Açores), com 7,6% (816 euros para 878 euros).

Os dados publicados pela Pordata foram divulgados a um mês das eleições autárquicas de 12 de outubro, num portal com 41 indicadores organizados por sete temas (população; educação; habitação; emprego e empresas; acesso a serviços e cultura; turismo; território e ambiente) para os 308 municípios portugueses.

ZAP // Lusa

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