NASA diz ter descoberto o “sinal mais evidente” de vida em Marte

NASA/JPL-Caltech/MSSS

Uma imagem de Cheyava Fallas, mostrando marcas brancas que podem ser vestígios de atividade microbiana antiga.

“Incrivelmente empolgante”. Foram encontrados detalhes intrigantes em rochas marcianas, que a NASA descreve como o sinal mais evidente, até agora, de vida passada em Marte.

Nódulos de minerais incomuns encontrados em rochas em Marte já tinham dado algumas pistas sobre a posível vida antiga no Planeta Vermelho.

Em 2024, o rover Perseverance encontrou uma dessas rochas em forma de seta, apelidada de Cheyava Falls.

Uma análise inicial revelou que a rocha estava repleta de compostos orgânicos.

O material analisado tinha evidência de que água outrora fluiu através dela e continha manchas semelhantes a pele-de-leopardo resultantes de reações químicas que microrganismos antigos poderiam ter usado para obter energia.

É verdade que essas características podem resultar de processos não biológicos ocorrendo ao longo de milhões de anos.

No entanto, num estudo publicado esta quarta-feira na Nature, a NASA anunciou detalhes “intrigantes” sobre amostras de rochas encontradas noutros dois locais próximos — teorizando, agora, que estas pistas reforçam o argumento de vida passada em Marte.

“Não conseguimos encontrar outra explicação”, disse o Administrador Interino da NASA, Sean Duffy, esta quarta-feira, em conferência de imprensa.

Isto pode ser o sinal mais evidente de vida que alguma vez encontrámos em Marte, o que é incrivelmente empolgante”, acrescentou.

Como detalha a Live Science, no ano passado, quando foi encontrada a rocha manchada de “leopardo”, varrimentos pelo instrumento SHERLOC do Perseverance foi demonstrado que o espécime continha moléculas à base de carbono, juntamente com bandas de hematite avermelhada que apresentavam manchas de ferro e fosfato.

“Quando o rover entrou em Bright Angel e começou a medir as composições das rochas locais, a equipa ficou imediatamente impressionada com o quão diferentes elas eram do que tínhamos visto antes”, disse, em comunicado, Michael Tice, co-autor do estudo, geobiólogo e astrobiólogo na Universidade Texas A&M.

Mostraram evidência de um ciclo químico que organismos na Terra podem aproveitar para produzir energia. E quando olhámos ainda mais de perto, vimos coisas que são fáceis de explicar com vida marciana precoce mas muito difíceis de explicar apenas com processos geológicos”, acrescentou.

“Não são apenas os minerais, é como eles estão dispostos nestas estruturas que sugere que se formaram através do ciclo redox [no qual as bactérias são atores chave na Terra] do ferro e do enxofre”, disse Tice.

“Na Terra, coisas como estas por vezes formam-se em sedimentos onde microrganismos estão a comer matéria orgânica e a ‘respirar’ ferrugem e sulfato. A sua presença em Marte levanta a questão: poderiam processos semelhantes ter ocorrido lá?”, questiona o investigador.

As amostras têm agora de ser trazidas e analisadas em Terra, para os cientistas poderem tirar conclusões definitivas sobre os processos biológicos ou não biológicos aqui envolvidos.

ZAP //

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