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O acidente ferroviário de 1985 em Alcafache fez cerca de 120 mortos
Portugal também tem um 11 de setembro. Neste dia, há 40 anos, morreram, em Alcafache, mais de 40 e menos de 200 pessoas. Um número incerto de vítimas, estimado em 120 pessoas, sobre o qual nunca se terá a certeza. Foi a quarta maior tragédia em Portugal nos últimos 60 anos.
No dia 11 de setembro de 1985, num final de tarde, chocaram frontalmente na Linha da Beira Alta, entre Mangualde e Nelas, um Sud-Express com destino a Paris lotado de emigrantes e um Regional que seguia para Coimbra.
O número exato de vítimas resultante do choque frontal nunca foi apurado. As estimativas feitas na altura por jornais, observadores oculares e outras fontes variavam entre 40 e 200 mortos.
Muitos corpos ficaram carbonizados e nunca foram identificados. Esses restos mortais foram colocados numa vala aberta no local.
José Augusto Sá perdeu o pai e a irmã, nesse desastre ferroviário, cujos corpos terão ficado carbonizados e nunca foram encontrados.
A madrasta e irmão sobreviveram. Emocionado, recorda à Antena 1, que, durante semanas, procurou entre sobreviventes e mortos. Mexeu e remexeu nas mãos dos cadáveres, no local, para ver se identificava o pai, que tinha menos um dedo.
“Corri tudo com o meu carro. Andei uma semana em casas mortuárias, desde Lisboa até ao Porto. Vi corpos carbonizados e apalpei-lhes as mãos. Era a única coisa que eu podia identificar, se uma mão não tivesse um dedo”, contou.
“[Os corpos do pai e da irmã] estão aqui”, diz, apontando para a vala comum, onde foram enterradas a maioria das vítimas do acidente.
Sem campas onde se deslocar para “falar” com os familiares, todos os anos vive com intensidade a cerimónia de homenagem às vítimas de Alcafache.
José Augusto Sá lembrou que o acidente se ficou a dever a erro humano e que o Sud-Express transportava “mais de 400 emigrantes” dos distritos de Viseu, Coimbra, Aveiro, Viana, Braga e Vila Real, que regressavam ao seu país de acolhimento depois de férias em Portugal.
Esta domingo, junto ao local onde foi enterrado um número incerto de vítimas, vai ser inaugurada uma capela em homenagem aos emigrantes.
Há vários anos que existe um memorial de homenagem às vítimas e, nos últimos meses, foram feitas obras que deram “mais dignidade” ao local, disse à Lusa José Augusto Sá, que lidera a comissão que tem organizado as homenagens anuais, desde 2002.
“Será inaugurada uma capelinha, com a imagem da Nossa Senhora dos Emigrantes”, contou Augusto Sá, explicando que se trata de uma imagem inspirada na imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, mas que, em vez da proa de um barco, tem uma esfera a simbolizar o globo terrestre.
A capela foi construída na lateral do memorial já existente e permitirá o recolhimento necessário para orações pelas vítimas.
No local, foi também instalada uma placa toponímica com a inscrição “Travessa do 11 de Setembro de 1985 – Tragédia ferroviária” e aplicado o pavimento há muito pedido.
“Com muitos sentimentos à mistura, este ano tenho que bater palmas”, afirmou.
Augusto Sá contou que ainda pediu à CP que fosse colocada no local “uma carruagem para simbolizar o que se passou em Alcafache”, mas tal não foi possível atendendo à sua dimensão e aos custos que implicaria.
“A CP idealizou um protótipo de uma carroçaria, na qual assenta a carruagem e que pesa sete toneladas. Tudo aponta que no domingo já lá esteja colocado”, referiu.
Futuramente, acrescentou, haverá também, no local, informação que permita perceber a dimensão da tragédia.
“Uma pessoa sem memória, é um país sem futuro”, disse, à Antena 1.
Segundo Augusto Sá, estão confirmadas na cerimónia de domingo as presenças do general Ramalho Eanes, que era Presidente da República em 1985, do secretário de Estado das Comunidades, de autarcas e de representantes de corporações de bombeiros e de outras entidades.
Quinta maior tragédia em Portugal
Com um número estimado de 120 mortos, o acidente de Alcafache foi a quarta maior tragédia em Portugal nos últimos 60 anos, atrás das cheias de Lisboa em 1967 (cerca de 700 mortos), do acidente aéreo em Santa Maria, nos Açores (144 mortes), e do acidente aéreo no Funchal em 1977 (131 mortes).
Atrás destas cinco tragédias segue-se o Sismo na Ilha Terceira, nos Açores, que fez 71 mortes em 1980, e os incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, que provocaram 64 mortos e 135 feridos.
1967 – Cheias em Lisboa: cerca de 700 mortes
No século XX, estas foram as maiores cheias registadas. Além disso, a água que correu em Lisboa a 26 de novembro é considerada a maior tragédia que aconteceu em Portugal nos últimos 50 anos.
As inundações percorreram a capital e à sua frente levaram tudo, desde Alenquer até ao Dafundo, já em Oeiras.
As condições precárias de habitação e a falta de ordenamento que se faziam sentir então na capital vitimaram mortalmente cerca de 700 pessoas e deixaram ainda milhares de pessoas sem abrigo.
(dr) Pedro Aragão / airliners.net

O Boeing 727-200 Sacadura Cabral da TAP despenhou-se no Funchal em 1977
1977 – Acidente aéreo no Funchal: 131 mortes
Era a terceira vez que o avião que fazia a ligação Bruxelas-Funchal se fazia à pista do Aeroporto de Santa Catarina, no Funchal, naquele dia. A 19 de novembro de 1977 a chuva não queria dar tréguas. E não deu mesmo.
Depois de duas tentativas falhadas, João Costa, o piloto, tinha a sua última oportunidade de enfrentar as condições meteorológicas que se faziam sentir e aterrar as 164 pessoas que seguiam a bordo do aparelho, em segurança. Não conseguindo, teria que se dirigir para o aeroporto de Las Palmas de Gran Canária.
Esta última oportunidade revelou-se fatal e, às 21h48, o avião sofreu um acidente: aterrou muito para lá do normal na pista do aeroporto, conhecida por ser curta.
O avião deslizou pelas águas acumuladas devido à chuva intensa, saiu da pista e caiu em cima de uma ponte, uns metros mais abaixo. Com o impacto o avião partiu-se em dois, tendo ficado uma das partes em cima da ponte e a outra parte, que foi consumida pelas chamas, um pouco mais abaixo, na praia.
Dos oito tripulantes que seguiam a bordo, seis morreram, assim como 125 dos 156 passageiros que o avião transportava.
Depois deste acidente, o único com vítimas mortais da TAP – que tudo fez para evitar a má imagem da companhia. No dia seguinte ao do acidente, a companhia pintou a cauda da aeronave, fazendo desaparecer o logótipo da empresa.
A pista do Aeroporto de Santa Catarina foi aumentado duas vezes, possuindo atualmente 2781 metros de comprimento.
1980 – Sismo na Ilha Terceira: 71 mortes
Foi no primeiro dia do ano que a Natureza decidiu pregar uma (grande) partida aos açoreanos, que habitavam a Ilha Terceira. Com 7,2 na escala de Richter, um sismo tomou conta da ilha e destruiu grande parte da cidade de Angra do Heroísmo.
O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) e teve o epicentro no mar, a cerca de 35 quilómetros de Angra do Heroísmo.
Na ilha Terceira, a mais atingida, 80% dos edifícios da cidade ficaram completamente destruídos e a vila de São Sebastião, assim como as freguesias do Oeste e Noroeste da ilha não se livraram também de estragos.
As ilhas Graciosa e São Jorge também foram afetadas pelo sismo, que colheu 71 vidas – 51 na Terceira e 20 em São Jorge – e feriu mais de 400 pessoas, deixando ainda 15 mil pessoas desalojadas.
O então Presidente Da Repúblico, Ramalho Eanes, decretou três dias de luto nacional, em memória dos afetados pelo sismo.
1989 – Acidente aéreo em Santa Maria (Açores): 144 mortes
O voo descolou de Milão, Itália, às 10h04 do dia 8 de fevereiro de 1989. O destino era Punta Cana, na República Dominicana, mas os Açores estavam na rota desta viagem para uma escala de reabastecimento.
A bordo seguiam 7 tripulantes americanos, já que o avião era de uma companhia dos
EUA – a Independent Air – e transportavam 137 passageiros, todos eles italianos.
Quando o avião se preparava para aterrar em Santa Maria, o aparelho colidiu com o Pico Alto, a 547 metros de altura. O impacto rompeu os tanques de combustível e, poucos segundos depois do embate, seguiu-se uma explosão no ar que espalhou destroços e corpos por centenas de metros quadrados, levando a vida às 144 pessoas que iam a bordo.
ZAP // Lusa
O maior acidente que Portugal já viu está prestes a acontecer com a devastadora crise económica que tem vindo a ser empurrada pelo regime desde 2020 que em breve vai rebentar, e como se não bastasse temos ainda as más políticas praticadas pelos Governos liberais/maçónicos do dr. Pedro Coelho, dr. António Costa, e do Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, a agravar ainda mais a situação.