Três em casa quatro pessoas no mundo vive atualmente em autocracias. Mas pior: 45% dos países em todo o mundo estão em processo de autocratização.
O Relatório da Democracia 2025 da organização de análise de dados sobre democracia Variedade de Democracia (V-Dem) revelou que, pela primeira vez em mais de 20 anos, o mundo tem menos democracias (88) do que autocracias (91).
No entanto, se nos focarmos em democracias plenas: existem apenas 29.
Se, por um lado, 72% da população mundial vive atualmente em autocracias (um novo recorde desde 1978); por outro, as democracias plenas ou liberais acolhem, agora, menos de 12% da população mundial (o valor mais baixo dos últimos 50 anos).
Dos cinco países mais populosos do mundo – China, Índia, Indonésia, Paquistão e EUA – só o último continua a ser uma democracia.
No entanto, como notou a jornalista Ana França, no programa Expresso da Manhã, esta segunda-feira, o estudo foi concluído em dezembro de 2024, quando Donald Trump já tinha sido eleito, mais ainda não tinha tomado posse; por isso, os resultados poderiam ter sido diferentes, nesse país.
Apesar disso, tendo em conta já a nova administração, os autores do estudo dedicam um subtítulo a alguns sinais alarmantes nos EUA, como “o despedimento de pessoas por motivos políticos, a pressão sob escritórios de advogados que defendem essas pessoas que foram despedidas ou imigrantes ou ativistas… Também perdoou as pessoas que invadiram o capitólio, que é uma das coisas mais graves que vimos nos últimos tempos”.
Portugal fica mais um ano fora da lista das democracias liberais, para a qual entraram Jamaica e África do Sul, em relação ao ranking de 2024, do qual saíram Butão, Coreia do Sul, Reino Unido e Suriname, que passaram para a lista das democracias eleitorais – como Portugal.
Para a lista das democracias eleitorais destaque para entrada da Nigéria; que vez o sentido inverso da Indonésio, Mongólia e Geórgia que são hoje autocracias eleitorais.
45% dos países em todo o mundo estão em processo de autocratização – ou seja, regimes que estão a reforçar o autoritarismo, o que equivale a 40% da população mundial.
O estudo também pôde concluir que, ao longo dos anos, as democracias são quem mais poder económico perde.