ZARA

O regulador da publicidade britânico do Reino Unido proibiu esta quarta-feira dois anúncios do grupo de vestuário espanhol Zara por apresentarem modelos que pareciam “extremamente magros”, classificando as imagens como “irresponsáveis”.
A gigante da moda ZARA publicou fotografias “socialmente irresponsáveis” de modelos que pareciam estar extremamente magras, decidiu a Autoridade de Normas Publicitárias (ASA) do Reino Unido.
Em maio, dois dos produtos disponíveis no site da ZARA, apresentavam uma imagem de uma modelo vestindo uma camisa oversized com bolsos e outra de uma modelo vestindo um vestido curto combinado volumoso.
Segundo a The Industry Fashion, o órgão de supervisão da publicidade britânico recebeu na altura uma queixa, segundo a qual que os anúncios eram irresponsáveis porque as modelos pareciam estar extremamente magras.
A ZARA, da espanhola Inditex, sustenta que as modelos tinham trabalhado para marcas de moda conhecidas e respeitáveis e confirmou que ambas as modelos tinham certificação médica que provava que estavam de boa saúde.
Segundo a gigante mundial de fast fashion, nenhuma das imagens tinha sido modificada, com exceção de pequenas edições de iluminação e coloração. A empresa confirmou entretanto que tinha alterado as listagens de produtos após receber a queixa e removeu as imagens específicas.
A ASA afirma que o design decotado da camisa no primeiro anúncio chamava a atenção para a área superior do peito da modelo, criando um ponto focal em torno da sua clavícula, que estava saliente.
Além disso, o posicionamento dos seus braços, enquanto usava uma camisa larga, cria a impressão de que os seus braços, ombros e peito eram muito magros.
“No geral, considerámos que a pose da modelo e a escolha do vestuário no anúncio criaram a impressão de que a modelo estava extremamente magra”, detalha o regulador britânico.
ZARA

O órgão de supervisão acrescenta que o estilo e iluminação da segunda imagem e a escolha do vestuário no anúncio criou também a impressão de que a modelo estava extremamente magra. “Pelas razões acima, concluímos que as modelos pareciam extremamente magras e que os anúncios eram irresponsáveis“.
“Tomamos nota da decisão da ASA, após uma queixa individual sobre duas imagens no nosso site, que removemos fomos informados dessa decisão”, disse um porta-voz da ZARA britânica.
“Estamos empenhados em conteúdo responsável e seguimos diretrizes e controlos rigorosos na seleção e fotografia de modelos, bem como na seleção de imagens”.
Não é a primeira vez que a Zara é acusada de promover a anorexia em campanhas publicitárias. Em 2017, a marca esteve envolvida em polémica por uma campanha que fazia a apologia das mulheres com curvas. O problema é que as duas modelos que a ilustram eram magras e muito pouco curvilíneas.
No mesmo ano, grandes nomes da moda como Gucci, Saint Laurent, Vuitton e Dior, adotaram uma carta de princípios que proíbe o uso de roupas muito pequenas e o recurso a manequins menores de 16 anos.