Flinders University

Extrair ouro de fluxos de resíduos de investigação científica? É possível, sustentável, e cheio de vantagens.
Uma equipa de cientistas australianos desenvolveu um novo método para recuperar ouro de alta pureza a partir de diversas fontes, que incluem componentes valiosos encontrados em resíduos eletrónicos, como placas de circuitos de computadores descartados, resíduos metálicos mistos e concentrados de minério.
De acordo com a Interesting Engineering, este método é eficaz até na recuperação de vestígios de ouro provenientes de fluxos de resíduos de investigação científica.
A nova técnica de extração de ouro já foi testada em resíduos eletrónicos como unidades de CPU e placas de memória RAM.
“O estudo apresenta várias inovações, incluindo um novo reagente de lixiviação reciclável derivado de um composto usado na desinfeção da água”, explicou o investigator Justin Chalke, autor do estudo publicado na Nature Sustainability esta semana.
“A equipa também desenvolveu uma forma totalmente nova de produzir o polímero adsorvente — o material que liga o ouro depois de extraído para a água — usando luz para iniciar a reação essencial”, acrescentou.
E há outras novidades. Uma vez dissolvido, o ouro é capturado seletivamente por um polímero especial rico em enxofre criado pela equipa. Isto significa que o ouro pode ser recuperado mesmo de misturas extremamente complexas, como as encontradas nos resíduos eletrónicos.
“O novo adsorvente de ouro foi desenvolvido com um processo sustentável em que a luz UV é utilizada para produzir o polímero rico em enxofre. Depois, ao reciclar o polímero após a recuperação do ouro, reforça-se ainda mais o carácter ecológico deste método”, disse Thomas Nicholls, outro dos autores do estudo.