Um fóssil de dinossauro com 70 milhões de anos pode ajudar-nos a estudar o cancro

Pramodh Chitral Chandrasinghe, et al.

Afinal, tecidos moles e componentes celulares podem estar preservados com  em restos antigos com mais frequência do que pensávamos.

O dinossauro herbívoro de bico de pato, frequentemente apelidado de “lagarto do pântano”, cientificamente Telmatosaurus transsylvanicus viveu onde atualmente fica a Roménia entre 66 e 70 milhões de anos atrás.

Utilizando microscopia eletrónica de varrimento de alta resolução (SEM), os investigadores do estudo publicado na Biology em abril identificaram características de baixa densidade que se assemelham de forma notável a eritrócitos, ou glóbulos vermelhos, preservados no osso fossilizado.

Ao identificar proteínas preservadas e biomarcadores, os cientistas acreditam que podem obter informações sobre as doenças que afetavam criaturas pré-históricas, como o cancro. As descobertas podem ajudar os cientistas a descobrir mais detalhes sobre esta doença, e eventualmente ajudar no tratamento de humanos nos dias de hoje.

O autor do estudo, Justin Stebbing, Professor de Ciências Biomédicas na Anglia Ruskin University, aponta para a relevância do estudo de tecidos moles. “Os dinossauros, como organismos de grande porte e longa vida, constituem um caso interessante para investigar como as espécies lidaram com a suscetibilidade e resistência ao cancro ao longo de milhões de anos”, diz à SciTechDaily.

“As proteínas, particularmente as encontradas em tecidos calcificados como o osso, são mais estáveis do que o ADN e menos suscetíveis à degradação e contaminação. Isso torna-as candidatas ideais para o estudo de doenças antigas, incluindo o cancro, em espécimes paleontológicos”.

“Ao contrário das estruturas esqueléticas, os tecidos moles contêm proteínas que fornecem informação molecular capaz de revelar os mecanismos biológicos subjacentes às doenças”, garante.

“A nossa investigação, usando métodos relativamente pouco explorados, convida a uma exploração mais aprofundada que pode conter a chave para descobertas futuras benéficas para os seres humanos. No entanto, é crucial que os esforços de conservação de fósseis a longo prazo sejam coordenados, garantindo que futuros investigadores tenham acesso a espécimes adequados para investigações moleculares avançadas”.

ZAP //

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