O inconfundível Borat não pintou muito bem o seu país. Mas o Cazaquistão não é prostituição, urina e violência — é um dos países mais curiosos do mundo.
Os fãs de Borat podem pensar em Cazaquistão e desatar a rir. Bebida feita de urina, prostituição das próprias filhas, corrida de judeus. Uma verdadeira selva.
Naturalmente, é tudo mentira, e o país não achou grande piada — o filme chegou mesmo a ser banido do Cazaquistão, por lhe dar uma má fama. Os envolvidos na mega produção também
Mas até nas mentiras há um fundo de verdade. No caso de Borat, só uma frase resiste ao polígrafo: “good country, good people”, ou “bom país, boa gente”. E a sensação de estarmos perante um país muito peculiar pode assaltar-nos quando lá chegamos.
É o nono maior país do mundo em termos de área. No entanto, a nível populacional, não chega ao dobro de Portugal — tem cerca de 20 milhões de habitantes. No entanto, o que o destaca no mapa é o facto de ser o mais rico dos países que terminam com “stão”. O segredo? Petróleo.
O país, que, à semelhança de outros “stãos”, foi parte da União Soviética, obtém mais de metade das suas receitas através da venda de ouro negro e outro materiais valiosos.
Como aponta o Lonely Planet, ao contrário do país rural mostrado por Borat, cidades como Astana contam com grandes projetos arquitetónicos futuristas, com formas diferentes do comum, enormes centros comerciais, museus e muita vida noturna. A capital é uma cidade moderna, muito recente, repleta de edifícios surrealistas (e com os formatos mais divertidos).
Mas a cultura do Cazaquistão é muito mais curiosa do que isso, e conta na verdade com vários elementos que podem parecer estranhos ao Ocidente.
https://youtu.be/E1bC8BuBQYg
O país dos cavalos
Para comer, para beber, para praticar desporto. Os cavalos são reis no Cazaquistão. O prato mais popular, o kazy, consiste em salsicha de cavalo fumada. Já o kumyss, a bebida mais típica, é feita de leite de égua fermentado, e vários site explicam que funciona como uma espécie de aguardente em Portugal: serve para tudo, desde alegrar serões a curar constipações.
No desporto, os animais também são usados. Mas a par de outro animal, que tem um destino menos feliz no que ao Buzkashi diz respeito. O desporto mais popular no país consiste (e caso entenda cazaque pode ter deduzido pelo nome, que significa “agarrar a cabra morta”) em circular em cavalo, disputando o controlo de uma “bola”, que é nada mais nada menos do que uma pequena cabra morta.
No fim da partida, uma das coisas favoritas dos cazaquistaneses (e aí até Borat tinha razão): uma grande festa.
